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Kremlin pede para Trump retomar diálogo sobre desarmamento nuclear: 'Putin espera sinais'

EUA se retiraram de tratado que limitava mísseis implantados na Europa em 2019, durante o primeiro mandato do republicano, após acusar Rússia de violá-lo

EUA e Rússia: desarmamento nuclear volta ao centro das negociações internacionais (AFP)

EUA e Rússia: desarmamento nuclear volta ao centro das negociações internacionais (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 13h26.

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O Kremlin pediu nesta sexta-feira, 24, que os Estados Unidos retomem, "o mais rápido possível", o diálogo sobre desarmamento nuclear. A solicitação acontece menos de uma semana após Donald Trump tomar posse para seu segundo mandato. Segundo Dmitri Peskov, porta-voz do governo russo, a responsabilidade agora está com Washington, que suspendeu os contatos sobre o tema.

"É do nosso interesse lançar o processo de negociação o mais rápido possível", afirmou Peskov a repórteres. "Isso é do interesse de todo o mundo".

O apelo russo remonta à saída dos Estados Unidos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), em 2019, durante o primeiro mandato de Trump. O INF, um marco da Guerra Fria, limitava a implantação de mísseis nucleares e convencionais de médio alcance, com alcance entre 500 e 5.500 km. Na época, os EUA acusaram a Rússia de violar o tratado, decisão que foi seguida pela retirada russa.

Apesar da saída, Moscou propôs uma moratória: comprometeu-se a não aumentar o número de mísseis caso os americanos também não o fizessem fora de seu território.

"A realidade atual dita essa necessidade", destacou Peskov, ao afirmar que qualquer negociação deve considerar as capacidades militares da França e do Reino Unido.

Putin busca sinais de Washington

O presidente Vladimir Putin, de acordo com Peskov, está pronto para negociar. O porta-voz destacou que o diálogo é urgente e lamentou “o tempo perdido”.

"Putin está pronto. Estamos esperando sinais [dos Estados Unidos]", reiterou.

Paralelamente, líderes de Moscou e Washington já sinalizaram interesse em debater a guerra na Ucrânia, embora o presidente americano tenha ameaçado a Rússia com novas sanções caso o conflito persista.

Conflito na Ucrânia e petróleo no centro das discussões

Ainda durante a coletiva, Peskov refutou declarações de Trump de que o fim do conflito na Ucrânia estaria relacionado à queda nos preços do petróleo.

"Este conflito não depende dos preços do petróleo", rebateu.

Trump havia mencionado no Fórum de Davos que pediria à Arábia Saudita e à Opep que reduzissem os custos do petróleo, mas o Kremlin atribui a crise a questões de segurança nacional da Rússia e à recusa de americanos e europeus em ouvir as preocupações russas.

No final, Peskov reforçou que a Rússia permanece aberta ao diálogo, mas aguarda um movimento concreto por parte do governo Trump.

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