Guerrilheiros do Exército Livre da Síria: "União Soviética nunca forneceu ogivas equipadas com gás sarin à Síria", disse ex-ministro russo (Mohamad Alderi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 14h16.
Moscou - A Rússia negou nesta quarta-feira que o regime soviético tenha fornecido ogivas com gás sarin à Síria ou a qualquer país depois que inspetores da ONU divulgaram nesta semana um foguete sírio com inscrições com caracteres cirílicos (alfabeto russo).
"Ninguém discute o fato de que a União Soviética nunca forneceu ogivas equipadas com gás sarin à Síria ou a outro país do mundo", afirmou Sergei Ivanov, ex-ministro da Defesa e atual chefe de gabinete do presidente russo, Vladimir Putin, citado pelas agências locais.
Ivanov disse que inscrições em cirílico similares as encontradas pela ONU no cenário do ataque químico perpetrado em 21 de agosto em um subúrbio de Damasco figuravam nos mísseis terra-terra que se fabricavam nos anos 50 e 60 e que Moscou exportou para dezenas de países, entre eles a Líbia.
"Que isto é velho, é sabido. Agora, imagine um velho e obsoleto foguete soviético e uma ogiva proveniente de Deus sabe onde. Isto por si só deveria gerar muitas perguntas", argumentou.
"A comissão (da ONU) encontrou no lugar grandes recipientes, em torno dos quais havia restos de sarin. Esses recipientes não são empregados nunca por nenhum exército no mundo. Ou seja, quase com segurança eram de fabricação caseira", acrescentou.
Ivanov argumentou que só há uma coisa clara, se o foguete provinha dos arsenais líbios, "então com certeza não figurava entre o armamento das Forças Armadas sírias".
Os inspetores da ONU, cuja missão era apenas determinar se ocorreu um ataque com armas químicas na Síria, não especificaram em seu relatório se a munição com rastros de sarin pertence ao exército sírio ou aos rebeldes.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ontem depois de se reunir com o chanceler francês, Laurent Fabius, que Moscou tem dados suficientes para acreditar que o ataque perpetrado em 21 de agosto foi uma "provocação" para acusar o regime sírio.