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Kirchner nega corrupção e denuncia "manobra político-judicial"

A ex-presidente da Argentina é acusada, junto com seus filhos e empresários, de crimes de corrupção cometidos supostamente através da empresa da família

Argentina: Cristina advertiu que poderia comparecer à Suprema Corte da Argentina e a organismos internacionais de justiça pela perseguição à qual considera que está sendo submetida (Getty Images/Getty Images)

Argentina: Cristina advertiu que poderia comparecer à Suprema Corte da Argentina e a organismos internacionais de justiça pela perseguição à qual considera que está sendo submetida (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 7 de março de 2017 às 13h01.

Buenos Aires - A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que compareceu nesta terça-feira para prestar depoimento como acusada em um caso por suspeitas de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, negou as acusações, pediu seu arquivamento e denunciou uma "manobra político-judicial" contra ela.

A ex-presidente, acusada junto com seus filhos e vários empresários de crimes de corrupção cometidos supostamente através da empresa da família Kirchner, Los Sauces, compareceu à Justiça Federal em Buenos Aires intimada pelo juiz Claudio Bonadio e, apesar de não ter dito nada nem respondido a perguntas, apresentou um documento por escrito e deixou o recinto sem dar declarações à imprensa.

"Alegar lavagem de dinheiro cuja origem é absolutamente conhecida, que se encontra dentro do circuito bancário e circula da mesma maneira, com o devido pagamento de impostos correspondentes, é justamente o contrário de um crime desta natureza", ressaltou a ex-presidente no texto entregue a Bonadio, que foi divulgado através de suas contas nas redes sociais.

No extenso documento, intitulado "Da violação sistemática de todos e cada um dos direitos e garantias que estabelece a Constituição Nacional", a viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), reiterou que se sente alvo "de uma perseguição judicial e midiática sem precedentes" no país.

"Pelo menos nos períodos democráticos, e que em meu caso particular se estende a meus filhos Máximo e Florencia Kirchner, especialmente, a esta última", comentou Cristina, que é acusada pelo Ministério Público em vários casos e processada judicialmente em dois: uma que investiga operações do Banco Central realizadas sob sua gestão e outra por suposta formação de quadrilha e administração fraudulenta na concessão de contratos para obras públicas.

O expediente pelo qual Cristina foi intimada hoje investiga se a imobiliária Los Sauces era utilizada para receber milionárias somas de dinheiro dos empresários Cristóbal López e Lázaro Báez, que haviam sido previamente beneficiados com contratos de obras públicas e licenças, pelo aluguel de imóveis.

"Os contratos de aluguel pretendem ser qualificados como uma suposta lavagem de dinheiro. Tal acusação é ridícula e contraditória com todos os elementos de prova já incorporados à causa", comentou a ex-chefe de Estado.

"São contratos reais e genuínos, sobre imóveis cuja existência foi constatada através de reiteradas diligências, com inquilinos reais de carne e osso, e nos quais todos os movimentos econômicos são feitos através do circuito bancário", ressaltou Cristina, que reivindica seu "direito de ser julgada" por "um juiz imparcial".

Na opinião da ex-presidente, trata-se de uma circunstância "que, nem remotamente, reúne o magistrado a cargo desta causa, como é público e notório".

"Só as pressões que emanam do Poder Executivo sobre os juízes permitiram que V.S. continuasse à frente desta causa e como titular deste tribunal", diz o texto apresentado a Bonadio.

"A esta altura, já temos dois casos judiciais com dois juízes diferentes por um mesmo e único fato, e com protagonistas idênticos: contratos de aluguel de imóveis com os empresários vencedores de contratos de obras públicas. Um verdadeiro escândalo jurídico e político", reprovou a ex-presidente.

Por último, Cristina advertiu que poderia comparecer à Suprema Corte da Argentina e a organismos internacionais de justiça pela perseguição à qual considera que está sendo submetida.

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