Mundo

Kim Jong-un promete aumentar arsenal nuclear da Coreia do Norte

Líder norte-coreano anuncia fortalecimento militar em resposta à aliança entre EUA, Coreia do Sul e Japão

Kim Jong-un celebrou os recentes avanços militares da Coreia do Norte, mas não deu detalhes específicos. (AFP)

Kim Jong-un celebrou os recentes avanços militares da Coreia do Norte, mas não deu detalhes específicos. (AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 08h28.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 11h16.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, reafirmou o compromisso de expandir significativamente as capacidades nucleares do país e preparar suas tropas para combate, em um discurso que marcou o 76º aniversário de fundação do país. A promessa vem em um momento de crescente tensão na região, com Kim acusando os Estados Unidos e seus aliados de formarem um "bloco militar baseado em armas nucleares" na Ásia. As informações são da Bloomberg.

Kim destacou que a força nuclear da Coreia do Norte estará "plenamente pronta para o combate" e afirmou que não há limites para o crescimento militar do país. Segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), o líder norte-coreano afirmou que o desenvolvimento do arsenal nuclear é uma "responsabilidade e um direito de existência" para o país.

Expansão do arsenal e ameaça nuclear

Nos últimos meses, a Coreia do Norte tomou medidas significativas para expandir suas capacidades militares. Em agosto, o regime anunciou que 250 novos lançadores móveis de mísseis balísticos seriam deslocados para unidades militares na linha de frente, capazes de realizar ataques nucleares contra a Coreia do Sul e as forças dos EUA estacionadas na região. Além disso, o país também exibiu novos drones de ataque suicida.

Essa escalada militar ocorre em resposta ao fortalecimento da aliança entre Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, que assinaram um acordo de cooperação militar em julho de 2023, como parte de uma cúpula trilateral organizada pelo presidente Joe Biden em Camp David. O pacto visa intensificar os treinamentos conjuntos e fortalecer a defesa regional contra ameaças nucleares.

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, alertou que a Coreia do Norte pode estar planejando realizar um teste nuclear próximo à eleição presidencial dos EUA, em novembro, como uma forma de aumentar sua visibilidade internacional. Em julho, o conselheiro de segurança nacional sul-coreano, Shin Wonsik, afirmou que esse movimento poderia ser uma estratégia de Pyongyang para pressionar as potências ocidentais.

Demonstrando força militar

No discurso, Kim Jong-un celebrou os recentes avanços militares da Coreia do Norte, sem fornecer detalhes específicos. No entanto, no último domingo, 8, o país revelou um novo lançador de mísseis com 12 eixos, gerando especulações sobre o desenvolvimento de um novo míssil balístico intercontinental (ICBM). Essas demonstrações de força reforçam a determinação do regime em continuar fortalecendo suas capacidades de defesa e ataque.

Kim também reiterou a oposição da Coreia do Norte aos exercícios militares conjuntos realizados pelos EUA e pela Coreia do Sul, que Pyongyang considera uma provocação. Nos últimos meses, o regime também enviou milhares de balões carregados de lixo sobre a fronteira com a Coreia do Sul, em mais um gesto de retaliação.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteCoreia do SulEstados Unidos (EUA)ÁsiaKim Jong-un

Mais de Mundo

Após ser atingido por ciclones e terremotos em um mês, Cuba recebe ajuda internacional

Bruxelas diz que negociação com Mercosul está progredindo, mas não dá prazo para conclusão

EUA criticam mandados de prisão da Corte de Haia contra Netanyahu e ex-ministro

Em autobiografia, Angela Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas