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Kim Jong Un diz estar aberto a diálogo com EUA, mas rejeita desnuclearização

Declarações ocorrem às vésperas da visita de Donald Trump à Coreia do Sul para a cúpula da APEC

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 06h46.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, afirmou que está aberto a futuras conversas com os Estados Unidos se Washington abandonar sua exigência de que o país asiático renuncie às armas nucleares, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira (22, data local).

"Se os Estados Unidos descartarem sua obsessão delirante com a desnuclearização e, com base no reconhecimento da realidade, realmente desejarem a coexistência pacífica conosco, então não há razão para que não possamos nos reunir", disse Kim, segundo a agência de notícias KCNA.

Kim declarou ainda que guarda "boas lembranças do presidente norte-americano", Donald Trump, com quem se reuniu três vezes no primeiro governo do republicano, em um processo de diálogo que colapsou em 2019.

A exigência americana de que a Coreia do Norte renuncie a seu arsenal nuclear tem sido um foco de tensão entre os dois países e levou a uma onda de sanções da ONU contra Pyongyang.

Sanções e fortalecimento interno

Segundo Kim, as sanções ajudaram o Norte a "se fortalecer, desenvolver uma resistência e uma capacidade de resistência que não podem ser esmagadas por nenhuma pressão".

O líder norte-coreano tem insistido que seu país nunca renunciará ao arsenal nuclear.

"O mundo já sabe bem o que os Estados Unidos fazem depois de obrigar um país a renunciar às suas armas nucleares e se desarmar", afirmou, em referência ao líder líbio Muammar Gaddafi, cujo governo caiu em 2011 em uma revolta popular apoiada pela Otan.

Críticas à Coreia do Sul e visita de Trump

Kim também sustentou que "não há razão para se reunir com a Coreia do Sul", apesar de o novo governante desse país, Lee Jae-myung, ter buscado reduzir as tensões bilaterais.

Trump planeja visitar a Coreia do Sul em novembro para a reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na cidade de Gyeongju, no sul do país.

"O momento das declarações, pouco antes da visita de Trump à Coreia do Sul para a cúpula da APEC, parece calculado", comentou Lim Eul-chul, da sul-coreana Universidade Kyungnam.

"Sugere a possibilidade de uma cúpula surpresa e, ao mesmo tempo, parece brincar com o conhecido desejo de Trump por um Prêmio Nobel", acrescentou.

 

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