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Kim Jong-Un começa a nos respeitar, diz Trump

A declaração do presidente dos EUA surge no momento em que o líder norte-coreano anuncia o aumento da produção de mísseis balísticos

Donald Trump chegou a prometer uma reação de "fogo e fúria" à Coreia do Norte (Issei Kato/Reuters)

Donald Trump chegou a prometer uma reação de "fogo e fúria" à Coreia do Norte (Issei Kato/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de agosto de 2017 às 14h58.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (22) que sua retórica agressiva em relação à Coreia do Norte começa a dar frutos e que Kim Jong-Un começa a "respeitar" os Estados Unidos.

A declaração de Trump surge no momento em que o líder norte-coreano, Kim Jong-un anuncia o aumento da produção de mísseis balísticos.

Os dois testes de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) da Coreia do Norte - capazes de alcançar, em tese, o território continental dos Estados Unidos - deflagraram uma guerra verbal entre Washington e Pyongyang.

Donald Trump chegou a prometer uma reação de "fogo e fúria" à Coreia do Norte, que rebateu ameaçando disparar quatro mísseis contra a ilha de Guam, um território ultramarino americano no oceano Pacífico.

"Algumas pessoas disseram que era muito forte. Não é suficientemente forte", disse ele, em um encontro que reuniu milhares de pessoas em Phoenix, no Arizona.

"Mas Kim Jong-un... Eu acredito que ele está começando a nos respeitar", completou.

"E talvez, provavelmente não, algo positivo possa acontecer", acrescentou.

Pouco antes, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, havia comemorado o "nível de contenção" de Pyongyang, que se absteve de disparar novos mísseis desde as sanções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU no início de agosto.

Tillerson manifestou sua esperança de que isso seja um sinal de que Pyongyang está disposta a dialogar com os Estados Unidos "em um futuro próximo".

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos impuseram novas sanções a empresas chinesas e russas suspeitas de terem negócios com a Coreia do Norte.

A China condenou as sanções, mas também destacou "sinais" de que a tensão se reduz em torno da crise com a Coreia do Norte.

"A situação extremamente tensa" sobre a Coreia do Norte "apresenta sinais de diminuição, embora continue sendo muito complicada e delicada", disse hoje o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.

O porta-voz avaliou, porém, que as novas sanções de Washington "não ajudarão a encontrar uma solução", nem "facilitarão" a cooperação da China na crise.

Projetos ambiciosos

Autoridades americanas explicaram à AFP que Tillerson não estava agradecendo à Coreia do Norte e que o governo continua decidido a conter os programas militares de Pyongyang, assim como a negociar a desnuclearização da península.

Em concomitância com a escalada retórica de Trump, a Casa Branca disse estar aberta a um diálogo, se Pyongyang fizer gestos para baixar a tensão.

Nesta quarta, a Coreia do Norte divulgou seus avanços técnicos no domínio balístico e seus projetos para o futuro.

Durante uma inspeção do Instituto de Materiais Químicos da Academia de Ciências da Defesa, que desenvolve os mísseis norte-coreanos, Kim Jong-un ordenou a fabricação de mais motores e ogivas de ICBMs.

"Instruiu o instituto a produzir mais propulsores de foguetes com combustível sólido e ogivas", disse a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.

A imprensa oficial chegou a publicar imagens que, segundo analistas, atestam alguns avanços.

Em uma das fotos, Kim posa ao lado de um imponente tubo marrom. Para Jeshua Pollack, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais, trata-se de "um cilindro de fibra, que evidentemente protege um motor de foguete a combustão sólida em curso de fabricação".

Esse tipo de proteção, mais difícil de fabricar do que os envoltórios em metal, são mais leves e permitem aumentar o alcance dos mísseis e o peso da carga transportada.

Outras fotos mostram esquemas de mísseis e, ao que parece, processos de produção.

Segundo os analistas, a maioria dos elementos mostrados são mais metas a atingir do que tecnologias existentes.

Ainda assim, adverte Jeffrey Lewis, do site armscontrolwonk.com, trata-se de algo "muito ruim".

"Se interpreto bem a propaganda norte-coreana, é uma forma de nos dizer o que vamos ver no ar nos próximos anos", completou.

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