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Kim Jong-Nam, o "Pequeno General" que caiu em desgraça no país

Depois de mais de uma década no exílio fora da Coreia do Norte, Jong-Nam, meio-irmão do líder Kim Jong-Un, teria sido assassinado na Malásia

Kim Jong Nam: ele teria sido envenenado por duas mulheres não identificadas (Lim Se-young/News1/Reuters)

Kim Jong Nam: ele teria sido envenenado por duas mulheres não identificadas (Lim Se-young/News1/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 14h41.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 17h26.

Quando era mais novo, ele costumava ser chamado de "Pequeno general", mas Kim Jong-Nam, filho do líder norte-coreano Kim Jong-Il e que chegou a ser considerado seu possível herdeiro, caiu em desgraça em 2001, depois de cometer um erro espetacular.

Nesta terça-feira, depois de mais de uma década no exílio fora da Coreia do Norte, Jong-Nam, de 45 anos, meio-irmão do atual líder Kim Jong-Un, foi assassinado na Malásia, de acordo com vários meios de comunicação sul-coreanos.

Ele teria sido envenenado por duas mulheres não identificadas no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, de acordo com a rede de televisão sul-coreana TV Chosun, que cita várias fontes do governo.

As duas mulheres, que utilizaram agulhas para cometer o crime, pegaram um táxi e fugiram do local.

A informação não foi confirmada oficialmente.

Jong-Nam, nascido de um relacionamento extraconjugal de seu pai com a atriz Sung Hae-rim, era conhecido por seu interesse por informática. Falava fluentemente japonês e havia estudado na Rússia e na Suíça.

Voltou a viver em Pyongyang depois de completar seus estudos no exterior, e assumiu a função de supervisionar a política de tecnologia da informação.

Mas um evento encerrou sua carreira em 2001: foi preso no aeroporto de Tóquio ao tentar entrar no Japão com um passaporte falso da República Dominicana para visitar um parque da Disneyland, acompanhado por duas mulheres e uma criança.

Jong-Nam e sua família foram forçados então a viver praticamente no exílio em Macau, Cingapura e China.

Em dezembro de 2011, com a morte de seu pai, seu meio-irmão Kim Jong-Un assumiu o poder no país.

Kim Jong-Nam, conhecido por suas posições críticas quanto a Coreia do Norte, disse certa vez a um jornal japonês que se opunha às transferências dinásticas de seu país, onde o poder passa de pai para filho.

Três gerações no poder

"Qualquer pessoa com bom senso iria considerar como intolerável três gerações dinásticas" no poder, escreveu ao jornalista japonês.

Ele também afirmou que seu irmão Kim Jong-Un, atual líder norte-coreano, carecia de "um senso de dever e responsabilidade", e advertiu que a corrupção levaria a Coreia do Norte ao desastre.

Jong-Nam já havia se tornado um alvo no passado. Em outubro de 2012, promotores sul-coreanos informaram que um norte-coreano detido como espião admitiu ter participado de um complô para encenar um acidente de carro na China em 2010, tendo como alvo Kim Jong-Nam.

Em 2014, foi informado que Jong-Nam estava na Indonésia - foi visto em um restaurante italiano em Jacarta - e aparentemente estava vivendo entre Cingapura, Indonésia, Malásia e França.

Em 2012, um jornal de Moscou relatou que Jong-Nam estava tendo problemas financeiros depois de ter sido desvinculado do Estado estalinista por ter criticado sua política de sucessão.

O semanário Argumenty i Fakty informou que foi expulso de um hotel de luxo em Macau por uma dívida de 15.000 dólares.

Se for confirmada, a morte de Kim Jong-Nam será a de mais alto escalão sob o regime de Kim Jong-Un desde a execução do tio do líder, Jang Song-Thaek, em dezembro de 2013.

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