Fontes separatistas afirmam que o vice-primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Andrei Purgin, já se encontra na capital bielorrussa (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 15h14.
Moscou - O governo da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia retomarão na sexta-feira em Minsk, na Bielorrússia, as negociações de paz com mediação da Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Segundo informou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores bielorrusso à agência russa "Interfax", ainda não foi definido o horário e a sede da reunião, que ocorrerá duas semanas depois da assinatura do Protocolo de Minsk, no dia 5 de setembro.
Nesse documento, ambas as partes firmaram um cessar-fogo, a troca de prisioneiros de guerra, a criação de corredores humanitários e a concessão de um status especial às zonas controladas pelos rebeldes nas regiões de Donetsk e Lugansk, ambas de fronteira com a Rússia no leste da Ucrânia.
Fontes separatistas afirmam que o vice-primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, Andrei Purgin, já se encontra na capital bielorrussa. Do lado ucraniano, também se espera que o ex-presidente Leonid Kuchma e o embaixador russo Mikhail Zurábov estejam presentes.
Mesmo em situação complicada, a trégua é mantida na zona de conflito, o que não impede que ambos os lados se acusem diariamente de violar a trégua, especialmente nas imediações de Donetsk, principal praça forte rebelde.
Kiev e os rebeldes trocaram prisioneiros, embora as últimas tentativas tenham resultado em fracassos, enquanto um segundo comboio humanitário russo cruzou a fronteira ucraniana e chegou a Lugansk, cidade sitiada pelas forças governamentais.
Quanto ao status político das zonas rebeldes, ainda não se sabe se esse tema figurará na agenda das conversas, uma vez que o parlamento ucraniano aprovou essa semana uma lei que garante três anos de autogoverno.
A Rússia qualificou positivamente essa lei na quarta-feira, mas os separatistas, embora estejam dispostos a dialogar com Kiev, não renunciam a independência e já rejeitaram a possibilidade de Kiev organizar eleições locais no dia 7 de dezembro, como estipula a lei.