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Kerry volta a se reunir com iranianos perto de prazo final

Ambos os lados reclamam do pouco progresso alcançado antes do prazo final de 20 de julho, no segundo dia de negociações


	John Kerry: secretário de Estado americano disse que ainda há lacunas substanciais com o Irã
 (Greg Baker/AFP)

John Kerry: secretário de Estado americano disse que ainda há lacunas substanciais com o Irã (Greg Baker/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2014 às 10h18.

Viena - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, encontrou-se com seu homólogo iraniano nesta segunda-feira para um segundo dia de negociações “críticas" sobre o programa nuclear de Teerã, com ambos os lados reclamando do pouco progresso alcançado antes do prazo final de 20 de julho.

Kerry e Mohammad Javad Zarif encontraram-se por duas horas no domingo, separadamente das conversas entre Irã e seis potências mundiais -EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China- e com o prazo final a apenas uma semana de distância.

Em suas reuniões bilaterais com Zarif, Kerry quer “avaliar a disposição do Irã de fazer as escolhas críticas que precisam ser feitas”, disse um diplomata de alto cargo dos EUA.“O secretário levará o tempo necessário para ter essa discussão, e é por isso que eles se encontrarão novamente hoje, para ver se pode ser feito algum progresso”, disse o diplomata. 

Segundo a fonte, Kerry e Zarif realizavam conversas no Palácio de Coburg, no centro de Viena, e ainda não estava claro quanto tempo duraria a reunião. Kerry disse no domingo que ainda há lacunas substanciais com o Irã sobre como reduzir sua capacidade de produção de combustível nuclear, um ponto de vista ecoado por representantes do Irã e do Ocidente.

Mais cedo no dia, um alto representante dos EUA disse que o Irã mantinha posicionamentos “impraticáveis e inadequados”. As seis potências querem que o Irã reduza sua capacidade de produção de combustível nuclear a fim de impedir o país de er qualquer possibilidade de rapidamente produzir bombas nucleares.

Em troca, as sanções que prejudicaram o Irã, membro da Opep e dependente de exportações de petróleo, seriam gradualmente suspensas. O Irã argumenta que está enriquecendo urânio para fins pacíficos de produção energética, e quer o fim das sanções.

Mas seu histórico no campo da energia atômica, em que escondeu sensíveis atividades nucleares de inspetores da ONU, levantou suspeitas internacionais e aumentou o risco de uma guerra no Oriente Médio, caso a diplomacia não consiga resultar em um acordo de longo prazo.

Zarif disse no domingo, após seu encontro com Kerry, que a equipe iraniana "está pronta para trabalhar a toda velocidade durante os sete dias remanescentes, a fim de chegar a um acordo compreensivo que possa ser aceitável para ambos os lados”. Mas para os dois lados até agora há pouco otimismo em que um acordo possa ser assinado até o próximo domingo. O assunto mais espinhoso, dizem diplomatas próximos ao assunto, é o tamanho do futuro programa iraniano de enriquecimento de urânio.

“Será difícil ter um acordo em uma semana”, disse um diplomata sênior ocidental. “Os iranianos teria que ceder em assuntos-chave e muito rapidamente. Há muitos aspectos técnicos que seriam difíceis de completar em uma semana.” Existe a possibilidade de que as conversas sobre um acordo de longo prazo, as quais buscam acabar com uma duradoura disputa de 10 anos, possam ser estendidas em até seis meses.

O acordo preliminar de 24 de novembro entre Irã e as potências incluía uma provisão para a prorrogação das conversas sobre um acordo permanente até janeiro de 2015, se todos os lados concordarem. Mas mesmo uma extensão precisaria ser negociada.

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