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Kerry quer tempo para negociações entre Israel e palestinos

"O presidente Barack Obama não me enviou aqui para impor ou ditar um plano", enfatizou o secretário de Estado americano, John Kerry


	O secretário de Estado americano, John Kerry: Kerry considera mais importante realizar bem as negociações sem priorizar a rapidez para voltar a colocá-las em andamento.
 (Paul J. Richards/AFP)

O secretário de Estado americano, John Kerry: Kerry considera mais importante realizar bem as negociações sem priorizar a rapidez para voltar a colocá-las em andamento. (Paul J. Richards/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 15h56.

Jerusalém - O secretário de Estado americano, John Kerry, descartou nesta terça-feira a possibilidade de uma retomada rápida das negociações de paz, ao término de uma visita de três dias a Israel e aos territórios palestinos, e insistiu na necessidade de realizar um trabalho de fundo para que as discussões tenham êxito.

"O presidente Barack Obama não me enviou aqui para impor ou ditar um plano", enfatizou Kerry, que anunciou um acordo próximo com autoridades israelenses e palestinas para promover o desenvolvimento econômico da Cisjordânia ocupada.

Kerry considera mais importante realizar bem as negociações sem priorizar a rapidez para voltar a colocá-las em andamento, já que estão bloqueadas há quase três anos.

O esforço não consiste apenas em fazer as partes envolvidas sentarem à mesa de negociações e sim "tentar levar todos à melhor posição possível para que haja êxito", explicou John Kerry. "Queremos tentar criar as condições de paz para poder retomar as negociações entre as partes de maneira clara e precisa".

O chefe da diplomacia americana classificou de muito construtivas seus encontros com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com quem voltou a se reunir nesta terça-feira em Jerusalém; com o presidente palestino, Mahmud Abbas, para quem telefonou antes de deixar a região; e com seu primeiro-ministro palestino Salam Fayad.

Netanyahu disse estar "decidido não apenas a retomar o processo de paz com os palestinos, como também fazer um sério esforço para pôr fim a este conflito de uma vez por todas".


Ele também prometeu mobilizar novos esforços, mais específicos, para promover o desenvolvimento econômico e eliminar alguns obstáculos e barreiras ao comércio na Cisjordânia.

Também referiu-se à "apaixonada defesa" feita por Abbas da libertação dos prisioneiros palestinos detidos há muito tempo por Israel e assegurou que Netanyahu está consciente do "potencial explosivo" de sua situação, depois que, nos últimos meses, foi registrada uma série de confrontos na Cisjordânia depois da morte de dois presos palestinos.

Paralelamente aos esforços de Kerry, os Estados árabes também buscaram caminhos para retomar o processo de paz.

Abbas compareceu na segunda-feira a uma reunião do Comitê de Iniciativa da Paz Árabe (API), em Doha.

Proposto pela primeira vez em 2002 pelo rei saudita Abdullah, o API oferece o reconhecimento diplomático árabe a Israel em troca da retirada total dos territórios ocupados e de uma solução para os palestinos refugiados.

Kerry celebrou esta iniciativa, apesar de enfatizar que é possível que, em sua forma atual, não constitua uma base para negociações, no momento em que os Estados Unidos pressionam a Liga Árabe para que reformule este plano com a intenção de aumentar as oportunidades de que Israel o aceite.

Os analistas israelenses, no entanto, são pessimistas sobre as possibilidades reais de êxito por parte de Kerry.

A rádio militar indicou que o governo israelense se nega a apresentar um plano plano de um futuro estado palestino, algo exigido por Mahmud Abbas, ou a realizar "gestos de boa vontade importantes" para convencê-lo a voltar à mesa de negociações.

O ministro da Habitação, Uri Ariel, um colono do partido nacionalista religioso Lar Judeu, descartou qualquer paralisação da colonização.

De fato, Ariel anunciou nesta terça-feira a construção de 50 casas em Jerusalém Oriental destinadas aos sobreviventes do Holocausto.

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