Mundo

Kerry pede à oposição síria luta contra avanço jihadista

Kerry foi para a Arábia Saudita para abordar com as autoridades do país e a oposição síria a ameaça do terrorismo na Síria e no Iraque


	O secretário de Estado americano, John Kerry: ele pediu à oposição síria para combater os jihadistas do EIIL
 (Jacquelyn Martin/AFP)

O secretário de Estado americano, John Kerry: ele pediu à oposição síria para combater os jihadistas do EIIL (Jacquelyn Martin/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2014 às 16h12.

Riad - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, pediu nesta sexta-feira na Arábia Saudita à oposição síria para combater os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL) para conter seu avanço na Síria e no Iraque.

Procedente de Paris e após percorrer uma série de países árabes e europeus nos últimos dias, Kerry aterrissou na cidade de Jidá, no oeste da Arábia Saudita, para abordar com as autoridades do país, um de seus principais aliados no Oriente Médio, e a oposição síria a ameaça do terrorismo na Síria e no Iraque.

No aeroporto, Kerry foi recebido pelo ministro de Relações Exteriores saudita, Saud al Faisal, e depois se reuniu com Ahmed Yarba, presidente da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança opositora ao regime de Bashar al Assad.

Ambos os dirigentes analisaram a crise síria e a forma de encarar o fenômeno do terrorismo, que ameaça se espalhar na região.

Segundo fontes da CNFROS, Yarba insistiu na necessidade de apoiar a oposição moderada com armas e nesse sentido se referiu ao último gesto do Governo dos EUA.

Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, solicitou que o Congresso de seu país aprove US$ 500 milhões destinados a "treinar e equipar elementos identificados da oposição armada síria para ajudar a defender o povo sírio e estabilizar áreas sob controle da oposição".

Com essa quantidade, incluindo um fundo de US$ 1,5 bilhão para a estabilização dos vizinhos da Síria e diminuir a pressão que representa o fluxo de refugiados, se pretende também consolidar posições que freiem grupos terroristas como o EIIL.

Yarba solicitou que os EUA aumentem e acelerem seu apoio à CNFROS e ao Exército Livre Sírio (ELS), justamente quando a cúpula desta força rebelde acaba de ser dissolvida pelo primeiro-ministro da oposição, Ahmed Toma, por supostos problemas de corrupção.

"Há grande confusão na região e a guerra contra o terrorismo deve ser agora mais forte do que antes", sustentou o presidente da CNFROS, para quem a situação no Iraque é diferente da que existe na Síria.

Após mencionar a divisão à qual supostamente conduziu a política do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, Yarba pediu aos EUA e às potências regionais a destinar mais esforços para conter o avanço jihadista.

"As fronteiras entre Iraque e Síria estão agora praticamente abertas e o EIIL, que acaba de ocupar (a cidade síria de) Al Bukamal, lançou uma ofensiva muito forte (na província síria de) Deir al Zur", acrescentou o sírio.

Kerry mostrou sua confiança "na capacidade da oposição síria para deter o EIIL em seu progresso no Iraque e na Síria', e reivindicou aos rebeldes 'uma unificação militar e política".

'Yarba representa uma tribo que se estende até o Iraque. Conhece o povo de lá, e seu ponto de vista e o da oposição síria serão muito importantes para avançar', disse o americano, reconhecendo que seu país 'está em um momento de unir esforços com a oposição síria'.

O secretário de Estado se reuniu também com o rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, com quem compartilhou sua preocupação com o que está acontecendo no Iraque e na Síria.

Na presença do príncipe herdeiro saudita, Salman Abdelaziz, os dois dirigentes abordaram os últimos eventos regionais e internacionais, segundo a agência oficial de notícias 'SPA'.

O monarca ordenou tomar todas as medidas necessárias para proteger seu território e seu povo frente ao extremismo sunita.

Outros países como Jordânia também reforçaram a fronteira com o Iraque por causa do perigo de combatentes do EIIL se infiltrarem em suas fronteiras.

No dia 10 de junho a organização extremista tomou o controle da segunda maior cidade iraquiana, Mossul, e de lá se expandiu por outras regiões do centro e do norte do Iraque; enquanto na Síria está presente em várias províncias, onde enfrenta outros grupos, entre eles o ELS, ligado à CNFROS.

Acompanhe tudo sobre:Arábia SauditaEstado IslâmicoEstados Unidos (EUA)IraqueIslamismoPaíses ricosSíriaSunitas

Mais de Mundo

Por que as inundações na Espanha deixaram tantos mortos?

Autoridades venezuelanas intensificam provocações ao governo Lula após veto no Brics

Projeto de energias renováveis no Deserto de Taclamacã recebe aporte bilionário da China

Claudia Sheinbaum confirma participação na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro