Mundo

Kerry minimiza chances de formar coalizão iminente

Secretário de Estado dos EUA se encontrou com líderes turcos para tentar garantir apoio para a iniciativa norte-americana contra o Estado Islâmico


	Militantes do Estado Islâmico: plano de Obama é atacar os dois lados da fronteira entre Síria e Iraque
 (AFP)

Militantes do Estado Islâmico: plano de Obama é atacar os dois lados da fronteira entre Síria e Iraque (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 20h35.

Ancara - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, minimizou nesta sexta-feira as chances da formação de uma coalizão ampla iminente para combater os militantes do Estado Islâmico.

Kerry se encontrou com líderes turcos para tentar garantir apoio para a iniciativa norte-americana contra o Estado Islâmico, mas a relutância do governo de Ancara em desempenhar um papel de protagonismo na ação demonstrou os desafios de construir uma coalizão para travar o que parece que será uma difícil ofensiva.

O secretário vem percorrendo o Oriente Médio para angariar apoio ao plano do presidente Barack Obama, anunciado na quarta-feira, de atacar os dois lados da fronteira entre Síria e Iraque para derrotar os combatentes sunitas radicais, que controlam partes dos dois países.

Na quinta-feira, Kerry conseguiu o apoio para uma "campanha militar coordenada" contra o Estado Islâmico de 10 países árabes - Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e seis outros países, incluindo os rivais Catar e Arábia Saudita.

Mas ainda não está claro o papel que cada nação desempenhará, e embora a França tenha confirmado o compromisso de utilizar sua força militar no Iraque, Kerry se recusou a dizer se a França também faria uma campanha semelhante na Síria.

“É totalmente prematuro e, francamente, inadequado a esta altura começar a dispor, país por país, o que cada nação irá fazer”, afirmou Kerry aos repórteres.

“Estou tranquilo porque esta será uma coalizão de base ampla com nações árabes, europeias, os EUA e outras”, disse Kerry, “Na hora certa, cada papel será determinado em detalhes”.

A Turquia, membro da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) que compartilha amplas fronteiras com Síria e Iraque, é uma das maiores aliadas de Washington na região, mas até agora evitou explicitamente se comprometer com a nova campanha militar.

O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, que não esteve na coletiva de imprensa ao lado de Kerry, disse em entrevista ao vivo na televisão turca horas depois do encontro que as ações militares dos EUA no Iraque não conseguiriam sozinhas trazer a estabilidade política.

"É necessário, mas não é o bastante para estabelecer a ordem", disse ele ao canal de televisão Kanal 24.

Autoridades norte-americanas reduziram as esperanças de persuadir o governo turco a assumir um papel significativo em qualquer envolvimento militar, dizendo que as negociações de sexta-feira foram focadas em questões incluindo os esforços da Turquia para conter o fluxo de combatentes estrangeiros cruzando seu território, além do papel do país em disponibilizar ajuda humanitária.

"Os turcos desempenharam um papel extraordinário nos aspectos humanitários da situação... e eles irão desempenhar, tem desempenhado um papel central nos nossos esforços para reprimir as facilitações aos combatentes estrangeiros e financiar o contra-terrorismo", disse uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEstados Unidos (EUA)GuerrasIslamismoJohn KerryPaíses ricosPolíticosSunitasTerrorismo

Mais de Mundo

Imigrantes buscam orientação à medida que posse de Trump se aproxima: 'Todos estão com medo'

'Ninguém vai ganhar uma guerra comercial', diz China após Trump prometer tarifaço

Ucrânia afirma que a Rússia efetuou um ataque noturno 'recorde' com 188 drones

Orsi visita seu mentor Mujica após ser eleito presidente do Uruguai