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Kerry diz que EUA irão trabalhar com novo governo palestino

Secretário de Estado disse que o seu país irá trabalhar com o novo governo, mas monitorando o seu comprometimento com cooperação com Israel

Secretário de Estados dos EUA, John Karry, após um discurso em Beirute, capital do Líbano (Mohamed Azakir/Reuters)

Secretário de Estados dos EUA, John Karry, após um discurso em Beirute, capital do Líbano (Mohamed Azakir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 18h39.

Beirute - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta quarta-feira que o seu país irá trabalhar com o novo governo de unidade palestino “como precisamos”, mas monitorando o seu comprometimento com a cooperação contínua com Israel.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, empossou o gabinete de tecnocratas na segunda-feira, de acordo com um acordo de reconciliação entre seu movimento, Fatah, e o islâmico Hamas, que defende a destruição de Israel.

“Vamos ficar observando (o governo) atentamente, como dissemos desde o primeiro dia, para ter a certeza absoluta de que mantém cada uma das coisas das quais falou, que não cruza a linha”, declarou Kerry.

Kerry afirmou que Abbas lhe disse que o novo governo irá se comprometer com princípios de não-violência, negociações com Israel e acordos pré-existentes, incluindo na cooperação na segurança.

O secretário, que supervisionou as conversas de paz entre israelenses e palestinos que empacaram em abril, disse ter conversado nos últimos dias com Abbas e com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que no domingo rechaçou qualquer estímulo internacional para reconhecer o novo governo palestino.

Netanyahu criticou a decisão de Washington de trabalhar com o novo governo de unidade, mas Kerry ressaltou que o seu governo não reconheceu o novo gabinete palestino.

“Deixem-me ser bem claro: os Estados Unidos não reconhecem um governo em relação à Palestina, porque isso seria reconhecer um Estado, e não há um Estado”, disse Kerry. “Esta não é uma questão de reconhecimento de um governo”.

Israel interrompeu as conversas de paz com Abbas, mediadas pelos EUA, quando o acordo de união foi anunciado em 23 de abril depois de numerosas tentativas mal-sucedidas de reconciliação palestina desde que o Hamas tomou a Faixa de Gaza das forças do Fatah em combate em 2007.

Os Estados Unidos veem o Hamas como uma organização "terrorista", e o Congresso dos EUA impôs restrições ao financiamento norte-americano da Autoridade Palestina de Abbas, que chega a 500 milhões de dólares por ano, no caso de um governo de unidade.

Kerry afirma que a lei norte-americana de assistência à Autoridade Palestina instrui especificamente que o governo julgue devidamente a “influência imprópria do Hamas de qualquer maneira”.

“Iremos medir a composição (do novo governo), as políticas do novo governo tecnocrata e calibrar nossa abordagem de acordo”, declarou.

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