Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, durante entrevista em Tel Aviv, Israel (Jason Reed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2013 às 21h13.
Jerusalém - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse nesta terça-feira que as negociações de paz entre palestinos e israelenses enfrentam dificuldades, mas que algum acordo ainda poderá ser alcançado.
Autoridades israelenses e palestinas traçaram um quadro sombrio das negociações retomadas em julho sob a tutela de Kerry, dizendo que elas não estão levando a lugar algum.
"Venho aqui sem quaisquer ilusões sobre as dificuldades, mas venho aqui determinado a trabalhar", disse Kerry ao chegar a Israel, na véspera de se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.
"Acreditamos que isso é algo que é possível, que é bom para todos e que pode ser alcançado", disse Kerry em uma cerimônia em homenagem ao falecido primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, assassinado em 2005 por um judeu de direita contrário a seus esforços de paz com os palestinos.
Poucos detalhes são conhecidos a respeito das sessões de negociação mantidas pelas duas partes sem aviso prévio ao público e em locais secretos, o que atende a tentativas de evitar vazamentos.
Mas ambos os lados vêm manifestando frustração com a falta de avanços a respeito de questões centrais, como as eventuais fronteiras do Estado palestino, os arranjos de segurança, o futuro de assentamentos judaicos em territórios ocupados e o destino dos refugiados palestinos.
"Os palestinos não estão conduzindo as discussões de boa fé", disse o ministro israelense do Interior, Gideon Saar, à Rádio do Exército. "(Os palestinos) estão fechados em suas posições e não estão demonstrando qualquer flexibilidade nas suas posições de partida." Abbas, em discurso transmitido na segunda-feira, disse que "após todas as rodadas de negociações não há nada no terreno".
Paralelamente às negociações de paz, Israel já libertou metade dos 104 prisioneiros palestinos, cumprindo parcialmente a promessa feita sob um acordo que Kerry mediou, com o objetivo de atrair Abbas de volta às negociações após um hiato de três anos, causado pela recusa palestina em aceitar a continuidade das obras de expansão em assentamentos judaicos.