Mundo

Kassab lança novo partido em Salvador domingo e em SP na segunda

Com a adesão a uma nova legenda, como prevê a lei, Kassab procura escapar de um processo de infidelidade partidária por parte do DEM

Gilberto Kassab lança partido primeiro em Salvador e depois em São Paulo (Prefeitura de SP/Divulgação)

Gilberto Kassab lança partido primeiro em Salvador e depois em São Paulo (Prefeitura de SP/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 23h55.

São Paulo - O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif, confirmou nesta sexta-feira que ele e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, irão deixar o Democratas e criar uma nova legenda. O anúncio formal será na segunda-feira na Assembléia Legislativa de São Paulo, mas uma prévia acontece em Salvador (BA) no domingo.

"A decisão é essa. Sair para a criação de um novo partido", disse Afif a jornalistas após cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Ele afirmou que acertaria com Kassab os detalhes da nova sigla. "Agora é uma questão de definição, não é mais hipótese. Agora nós vamos trabalhar sobre os fatos, sobre o que se quer".

Para a decisão, Kassab aguardou a mudança de direção do DEM, que ocorreu na última terça-feira, quando o senador José Agripino (RN) assumiu a presidência do partido.

Com a adesão a uma nova legenda, como prevê a lei, Kassab procura escapar de um processo de infidelidade partidária por parte do DEM. Se trocasse para uma legenda existente, o Democratas poderia requisitar o mandato na Justiça.

Afif não confirmou o nome que será dado à nova sigla. Comentava-se até agora que seria Partido da Democracia Brasileira (PDB), mas, segundo uma fonte envolvida na formação da legenda, uma possibilidade é de que a denominação seja Partido Social Democrático (PSD).

O vice-governador negou que a nova sigla vá aderir à base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff. "Você não forma um partido para aderir à base do governo. Você forma um partido novo para ir de encontro à sociedade", afirmou.

Sobre sua situação no governo paulista, disse que nada muda, e que o compromisso assumido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) será mantido.


"Sou vice-governador do Estado e vou cumprir até o fim a aliança com o governo Geraldo Alckmin."

Questionado sobre a situação de Afif, Alckmin disse que "no que depender de nós não muda nada".

O movimento de Kassab busca ampliar seu espaço político rumo a uma candidatura ao governo de São Paulo em 2014. Afif deixou claro, no entanto, que o partido já vai às urnas nas eleições municipais de 2012 e não quis se manifestar sobre a possibilidade de ele próprio disputar a prefeitura paulistana.

Antes da oficialização em São Paulo, a nova sigla estreia em Salvador, onde o vice-governador da Bahia, Otto Alencar (PP), está organizando um evento. Ele deve aderir à nova sigla.

"A informação que circula aqui em Salvador é que haverá um evento no hotel Fiesta, no domingo, às 9h, organizado pelo vice-governador Otto Alencar para anunciar a criação do novo partido do Kassab", disse o líder do DEM na Câmara, ACM Neto, à Reuters.

O ex-presidente do então PFL (antigo nome do DEM) Jorge Bornhausen (SC) disse que Kassab informou a Agripino nesta sexta-feira sobre sua saída. O ex-senador por Santa Catarina contou que não vai acompanhar o amigo e pupilo Kassab e que permanece no DEM, seguindo o governador de seu Estado, Raimundo Colombo.

"Não tenho mais idade para fazer um partido. Vou me restringir a acompanhar as evoluções", declarou Bornhausen.

Mesmo lançada agora, a nova legenda terá que estar registrada oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até setembro para poder lançar candidatos nas eleições municipais do ano que vem. Entre as exigências do TSE está a coleta de quase 500 mil assinaturas de eleitores.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMetrópoles globaisOposição políticaPolíticasao-paulo

Mais de Mundo

Os países com as maiores reservas de urânio do mundo

Os países com as maiores reservas de nióbio no mundo

Os 9 países com os maiores arsenais nucleares do mundo

Trump é questionado por nomear advogado pessoal para cargo no governo