Sobre seu novo partido, Kassab disse que políticos que eram da base aliada de Dilma e foram para o PSD poderão continuar apoiando a administração petista (Lailson Santos/Veja)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2011 às 11h41.
São Paulo - Em entrevista à Rádio Estadão/ESPN, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (sem partido), disse que pretende continuar na vida pública após o término do seu mandato, em 2012. "Depois de quase oito anos à frente da Prefeitura de São Paulo, eu efetivamente quero e tenho o sonho de sair daqui com a certeza de um bom trabalho realizado", comentou.
Mas Kassab afirma que não tem expectativa de assumir qualquer cargo. "Vou continuar na vida pública, eu gosto da vida pública, e sem a ansiedade e sem expectativa de qualquer cargo, porque os cargos são em função de circunstâncias. O importante é que eu tenho uma missão, seja para cuidar de creche, seja para construir creche, seja para apoiar alguma organização social, seja para estar ao lado de alguma administração pública dando o meu apoio, a minha ajuda, contribuindo com a minha experiência".
Sobre a criação do Partido Social Democrático (PSD), Kassab classificou a nova agremiação como independente, pois a legenda não é da base aliada e nem de oposição ao governo federal. "O PSD hoje já é uma realidade. Já temos 40 deputados federais que participaram de duas reuniões, uma primeira reunião com a minha presença e uma segunda reunião onde já escolheram o seu líder, o deputado Guilherme Campos".
Segundo Kassab, aqueles políticos que eram da base aliada de Dilma e foram para o PSD poderão continuar apoiando a administração petista. "Pedimos a compreensão deles, até para que tenham a sua coerência. Eles vão continuar integrando a sua base". Já aqueles que vieram da oposição atuarão como independentes, segundo o prefeito. "Eles vão poder julgar os projetos do governo e votar de acordo com aqueles que batem, que se identificam com suas convicções e seus ideais."
Salário
Em relação ao aumento do seu salário, Kassab afirmou que o reajuste não foi "em causa própria" e que vai doá-lo para o Hospital do Câncer. "Para que fique claro que nunca houve nenhuma ação em conta própria, eu abri mão desse aumento. É importante que haja uma remuneração justa em todas as esferas. E eu espero que meu sucessor também abra mão disso", comentou.
Na segunda-feira, a Câmara de São Paulo aprovou que o salário do prefeito seja elevado para R$ 24 mil, mas o aumento só começa a valer a partir do ano que vem. Em fevereiro, o salário de Kassab havia sido reajustado, via decreto, de R$ 12,3 mil para R$ 20 mil. Na semana passada, o Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou inquérito civil para apurar esse aumento.