Kamala Harris recebeu a primeira de duas injeções em Washington. (Agence France-Presse/AFP)
AFP
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 15h30.
A vice-presidente eleita dos Estados Unidos Kamala Harris recebeu a vacina contra a covid-19 ao vivo pela televisão nesta terça-feira (29) e pediu a confiança do público no processo, enquanto a escolha do hospital para receber a imunização chamou atenção para a difícil situação da comunidade afro-americana, muito afetada pela pandemia.
Usando máscara, Harris recebeu a primeira de duas injeções no United Medical Center, localizado em uma área de Washington com população majoritariamente negra. Seu marido, Doug Emhoff, também devia ser vacinado.
Comunidades afro-americanas em todo o país vivenciam níveis desproporcionalmente altos de mortes e doenças relacionadas à pandemia de covid-19, enquanto as pesquisas também indicam que elas estão entre as mais relutantes em se vacinar.
"Por isso eu quis lembrar às pessoas que é na sua comunidade onde se toma a vacina, onde você vai receber a vacina de pessoas que você talvez conheça", disse ela após receber a vacina fabricada pela empresa americana Moderna.
"Quis lembrar às pessoas que elas têm fontes confiáveis de ajuda e são nelas onde poderão obter a vacina".
Harris se tornará a primeira vice-presidente negra e indiana-americana ao tomar posse em 20 de janeiro, assim como a primeira mulher no cargo.
Uma série de funcionários públicos foram vacinados diante das câmeras como parte de um esforço para superar o ceticismo público e convencer os que ainda estão em dúvida de que as imunizações são vitais para retornar a uma aparente normalidade nos próximos meses.
O presidente eleito, Joe Biden, recebeu a vacina ao vivo na televisão em 21 de dezembro. O atual presidente, Donald Trump, que foi hospitalizado com o vírus em outubro, não se comprometeu a ser vacinado.
Trump minimizou várias vezes o perigo da doença e pediu a reabertura de empresas e escolas, apesar do aumento do coronavírus em todo o país.
Os Estados Unidos registraram cerca de 19,3 milhões de casos e mais de 335.00 mortes relacionadas ao coronavírus, ambos os maiores índices do planeta, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.