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Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado

Candidata participou de evento com a apresentadora Oprah Winfrey

A vice-presidente Kamala Harris (Mandel Ngan/AFP)

A vice-presidente Kamala Harris (Mandel Ngan/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 20 de setembro de 2024 às 17h20.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 17h30.

Kamala Harris, candidata democrata à Presidência dos EUA, participou de um entrevista com Oprah Winfrey na noite de quinta-feira, 19, e voltou a falar sobre porte de armas.

No meio da conversa, enquanto Kamala discutia seu apoio à Segunda Emenda, regra da Constituição que proíbe limitar o acesso às armas, ela disse, em tom de brincadeira, que “se alguém invadir” sua casa, “será baleado”. Após rir do próprio comentário, a democrata afirmou que “provavelmente não deveria ter dito isso” e que sua equipe lidaria com isso depois.

A democrata já havia falado sobre o tema no debate presidencial contra Donald Trump, em 10 de setembro. No programa, ela disse que tanto ela quanto seu candidato a vice, Tim Walz, eram donos de armas de fogo.

A questão do acesso às armas pelos cidadãos é um tema complexo nos Estados Unidos. A Segunda Emenda da Constituição garante o direito de ter armas de fogo. Com isso, o acesso a elas é mais fácil do que em países como o Brasil. Lojas de armas e munições são comuns, e cada estado tem o poder para colocar mais ou menos restrições para a compra, como a checagem de antecedentes criminais e de situação psicológica.

Tanto Kamala quanto o presidente Joe Biden defendem restrições de acesso às armas de maior calibre e de maior poder de fogo, como fuzis semiautomáticos que disparam vários tiros por segundo. No entanto, eles não defendem um veto completo ao acesso às armas.

Já Donald Trump e o Partido Republicano se posicionam contra as restrições, mesmo que mínimas, à compra de armas, por considerar que isso vai contra a Constituição e a liberdade. Os fabricantes de armas também investem bastante em lobby, uma atividade legalizada nos EUA, e em financiar campanhas de candidatos conservadores.

Massacres frequentes

A principal questão em relação às armas é que os Estados Unidos costumam ser alvo frequente de ataques a tiros e massacres, feitos por atiradores que disparam contra outras pessoas em escolas, supermercados e eventos.

De acordo com dados do projeto Gun Violence Archive, 656 pessoas morreram em ataques em massa em 2023, quase três vezes mais que em 2014, quando houve 272 vítimas.

Na maior parte desses ataques, são usadas armas semiautomáticas, capazes de disparar mais rapidamente e fazer mais vítimas. Um veto federal a elas foi aprovado em 1994 pelo Congresso, mas a medida expirou após dez anos e não foi renovada. Democratas tentaram retomá-la após ataques que marcaram o país, como o massacre de Sandy Hook, em 2013, quando 20 crianças foram mortas em uma escola, mas os republicanos barraram as medidas. Durante seu governo, Biden tampouco obteve avanços na área e priorizou outras demandas no Congresso.

Com Agência O Globo. 

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