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Kamala e Walz buscam atrair conservadores em eventos na Geórgia, onde darão 1ª entrevista conjunta

Partido Democrata acredita que, para vencer no estado, é necessário ganhar terreno, mesmo que pequeno, em redutos republicanos

A vice-presidente dos EUA e candidata democrata, Kamala Harris, e seu companheiro de chapa, o governador do Minnesota, Tim Walz  (Andrew Harnik/Getty Images/AFP Photo)

A vice-presidente dos EUA e candidata democrata, Kamala Harris, e seu companheiro de chapa, o governador do Minnesota, Tim Walz (Andrew Harnik/Getty Images/AFP Photo)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de agosto de 2024 às 14h52.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 15h52.

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A chapa presidencial do Partido Democrata, composta pela vice-presidente Kamala Harris e pelo governador de Minnesota, Tim Walz, busca impulsionar seu apoio em estados importantes do chamado Cinturão do Sol, localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e diversidade étnica.

Os dois farão campanha nesta quarta-feira nos condados rurais do sudeste da Geórgia antes de realizar um comício nesta quinta em Savannah. É também no estado que Kamala e Tim darão sua primeira entrevista conjunta, concedida à CNN e que será exibida na noite desta quinta.

Os candidatos democratas se encontrarão com apoiadores, membros da campanha, proprietários de pequenos negócios e eleitores, publicou a Associated Press. O partido acredita que, para vencer no estado — crucial na disputa contra o ex-presidente Donald Trump — em novembro, é necessário mais do que apenas a capital e os subúrbios que garantiram a vitória de Joe Biden em 2020: eles também devem ganhar terreno, mesmo que pequeno, em redutos republicanos. Democratas de fora do núcleo metropolitano há muito reclamam que a campanha ignora apoiadores em áreas menos populosas.

Uma visita da chapa presidencial na região, dizem alguns democratas rurais, mostra que as principais lideranças do partido atenderam a seus apelos. Melissa Clink, ex-presidente do Partido Democrata no Condado de Forsyth, ao norte dos subúrbios de Atlanta, disse que o tempo com os candidatos democratas ajuda a “abrir as carteiras dos doadores para financiar operações de mobilização de eleitores” no local, mas também “inspira mais pessoas a trabalhar mais porque elas se sentem vistas”.

O circuito de ônibus na Geórgia é semelhante a uma viagem de campanha que Kamala e Walz fizeram para um condado de tendência conservadora nos arredores de Pittsburgh neste mês. Assim como no sul da Geórgia, os democratas no oeste da Pensilvânia também disseram que seus eleitores eram ignorados pelas campanhas presidenciais. Durante a visita, a chapa democrata destacou a diversidade da região, engajando-se com residentes de Aliquippa, antiga cidade siderúrgica com grande população negra. Lá, os dois estiveram com um time de futebol americano do ensino médio ao lado do ex-astro Jerome Bettis.

Os democratas também esperam que Walz — que conquistou um distrito da Câmara em grande parte rural e mais conservador no sul de Minnesota em 2006 — possa ajudar a conter as perdas entre eleitores rurais e da classe trabalhadora branca, especialmente homens, que se tornaram cada vez mais hostis ao partido. Ele tem trabalhado para conseguir apresentar uma versão mais cuidadosa da masculinidade, que contrasta com a agressividade ostensiva de Trump.

O Partido Democrata sabe que não conseguirá atrair todos esses eleitores rurais. Mas, numa eleição apertada, visa manter suas margens fora das cidades e subúrbios, algo que Biden conseguiu durante sua campanha em 2020. Desde que assumiu a chapa, Kamala fez poucos avanços com homens brancos. Para lidar com isso, assessores da vice-presidente afirmaram ter investido na Geórgia rural, contratando cerca de 50 funcionários em sete escritórios, em lugares como as pequenas cidades de Valdosta e Albany, além de regiões rurais como Millen e Cordele, que se autodenomina a capital da melancia.

As pesquisas mostram que Kamala tornou a Geórgia competitiva, depois de parecer que estava fora do alcance para Biden. E Trump dedicou uma parte significativa de seu orçamento de publicidade no estado, sugerindo que sua equipe também vê a região como uma área que está novamente em jogo. Em Savannah, onde Kamala realizará um comício nesta quinta-feira, os democratas esperam que sua visita reacenda a energia da cidade, que é o segundo maior reduto de eleitores do partido no estado.

"O amor é uma palavra de ação, você mostra às pessoas primeiro com a sua presença", declarou Van Johnson, prefeito de Savannah, que tem pressionado as campanhas de Biden e Kamala para visitarem a cidade desde fevereiro. "Sua presença vai realmente ser indicativa do apreço que ela tem pela nossa comunidade", acrescentou.

Primeiro grande teste

A entrevista desta quinta-feira será a primeira conversa aprofundada dos candidatos com a imprensa desde que Biden se retirou da corrida pela Casa Branca e endossou Kamala como sua substituta, há mais de cinco semanas. Desde que a vice-presidente assumiu o topo da chapa, os republicanos passaram a criticá-la por aparentemente evitar jornalistas. Ela foi acusada pela campanha rival de deixar os eleitores no escuro sobre seus planos presidenciais. Este será, ainda, o primeiro teste de Kamala e Walz como companheiros de chapa.

A conversa será uma das poucas oportunidades para os eleitores de todo o país ouvirem mais detalhes sobre as posições políticas da campanha Harris-Walz antes da eleição, prevista para 5 de novembro. Os republicanos, assim como jornalistas americanos, têm cobrado mais posições políticas concretas ou entrevistas de campanha durante a corrida sem precedentes de Kamala para a Presidência.

Em recente entrevista coletiva, Trump disse que Kamala “não consegue dar uma entrevista” porque é “incompetente”. E o senador de Ohio J.D. Vance, companheiro de chapa do republicano, criticou a imprensa e a candidata por evitar dar declarações a jornalistas. No início deste mês, Vance afirmou que era “vergonhoso” que Kamala não tivesse “respondido a uma pergunta real de um repórter”.

"Ela [Kamala] tem adotado a estratégia de fugir dos repórteres em vez de enfrentá-los e responder a perguntas difíceis sobre seu histórico, deixando o povo americano saber quem ela é", disse Vance, afirmando que ele e Trump realizam diversas entrevistas e frequentemente enfrentam “perguntas hostis” da imprensa.

No domingo, Trump colocou em dúvida sua participação no aguardado debate com Kamala, marcado para 10 de setembro, acusando a rede ABC de parcialidade e recusando-se a usar microfone aberto durante toda a transmissão. Nesta segunda, as duas campanhas entraram em desacordo mais uma vez. Assessores de Kamala alegaram que Trump tentava manter os microfones desligados para protegê-lo de qualquer possível comentário de mau gosto caso ele perdesse a paciência durante o debate.

“Acreditamos que os microfones de ambos os candidatos deveriam estar ao vivo durante toda a transmissão”, disse o diretor de comunicação de Kamala, Brian Fallon, em comunicado. “Os assessores de Trump preferem o microfone mudo porque não acreditam que seu candidato possa agir como presidente por 90 minutos”.

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