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Kamala diz que tem uma glock e já disparou “no estande de tiro”

Democrata deu entrevista ao programa 60 Minutes na noite desta segunda

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris (Evelyn Hockstein/AFP)

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris (Evelyn Hockstein/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 22h26.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, deu mais detalhes sobre a arma que possui. Durante entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS, ela disse possuir uma Glock, após ser perguntada pelo entrevistador.

Questionada se já havia disparado a arma, Kamala riu. "É claro que atirei. Em um estande tiro", respondeu. O programa foi exibido na noite desta segunda, 7.

A democrata disse pela primeira vez que tinha uma arma pessoal no debate com Donald Trump, em 10 de setembro. Depois, comentou o tema em uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, dias depois.

No meio da conversa com Oprah, enquanto Kamala discutia seu apoio à Segunda Emenda, regra da Constituição que proíbe limitar o acesso às armas, ela disse, em tom de brincadeira, que “se alguém invadir” sua casa, “será baleado”.

A questão do acesso às armas pelos cidadãos é um tema complexo nos Estados Unidos. A Segunda Emenda da Constituição garante o direito de ter armas de fogo. Com isso, o acesso a elas é mais fácil do que em países como o Brasil. Lojas de armas e munições são comuns, e cada estado tem o poder para colocar mais ou menos restrições para a compra, como a checagem de antecedentes criminais e de situação psicológica.

Tanto Kamala quanto o presidente Joe Biden defendem restrições de acesso às armas de maior calibre e de maior poder de fogo, como fuzis semiautomáticos que disparam vários tiros por segundo. No entanto, eles não defendem um veto completo ao acesso às armas.

Já Trump e o Partido Republicano se posicionam contra as restrições, mesmo que mínimas, à compra de armas, por considerar que isso vai contra a Constituição e a liberdade. Os fabricantes de armas também investem bastante em lobby, uma atividade legalizada nos EUA, e em financiar campanhas de candidatos conservadores.

Imigração e economia

Na entrevista ao 60 Minutes, Kamala também foi perguntada sobre como pretende lidar com duas das principais questões dos Estados Unidos hoje: a alta da inflação e da imigração irregular.

Sobre a alta de preços, ela voltou a defender medidas como punições a empresas que cobrarem preços exagerados, mas não detalhou como fará isso. Questionada sobre quem pagará os custos dos novos programas sociais que defende, disse que os mais ricos precisam "pagar sua parcela justa", ecoando um lema repetido pelo presidente Joe Biden há anos.

Em imigração, ela disse que há soluções, mas culpou a falta de ação no Congresso. "Precisamos que o Congresso seja capaz de agir para consertar o problema. As soluções estão à mão. Desde o primeiro dia, estamos oferecendo soluções", disse.

Relações com Israel e Ucrânia

Perguntada se o governo Biden tem pouca influência sobre as decisões do premiê israelense Benjamim Netanyahu, Kamala sugeriu outra questão. "Acho, com todo o respeito, que a melhor pergunta é 'temos uma boa relação com o povo de Israel?' E a resposta é sim", afirmou.

Sobre a Guerra da Ucrânia, a democrata voltou a defender que o país seja protagonista ao negociar o futuro do conflito. "A Ucrânia precisa ter voz no futuro da Ucrânia", defendeu. Ela tamb[em repetiu que, caso Trump fosse presidente, "Putin estaria sentado em Kiev agora".

A CBS disse que também convidou Trump para dar entrevista, mas que ele cancelou a participação no programa após ter dito que iria.

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