Mundo

Kadafi escapa por pouco de bombardeio da Otan

Filho mais novo e três netos do ditador foram mortos

Saif Kadafi: filho mais velho de Kadafi foi morto nesta madrugada (Mahmud Turkia/AFP)

Saif Kadafi: filho mais velho de Kadafi foi morto nesta madrugada (Mahmud Turkia/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2011 às 10h46.

O filho mais novo de Muamar Kadhafi, Saif al-Arab Kadhafi, assim como três netos do ditador, foram mortos na madrugada de sábado para domingo durante um ataque aéreo da Otan, do qual o líder líbio teria escapado por pouco, anunciou um porta-voz do regime em Trípoli.

"A casa de Saif al-Arab Muamar Kadhafi (...), o mais jovem dos filhos do Guia, foi atacada com meios potentes. O Guia e sua esposa estavam na casa com amigos e parentes" e estão sãos e salvos, declarou o porta-voz do governo, Mussa Ibrahim durante uma entrevista coletiva à imprensa.

"O ataque provocou a morte como mártir do irmão Saif al-Arab (...) e a de três netos do Guia", acrescentou o porta-voz.

Saif al-Arab tinha 29 anos, acrescentou.

"O Guia passa bem. Ele não ficou ferido. Sua esposa também passa bem e não ficou ferida, mas outras pessoas ficaram", indicou.

"Foi uma operação que tinha como objetivo assassinar diretamente o líder deste país", acusou.

O porta-voz já havia acompanhado a imprensa a uma casa bombardeada em Trípoli. Pela amplitude da destruição, parecia pouco provável que houvesse sobreviventes.

No sábado à noite, três explosões foram ouvidas em Trípoli a partir do setor de Bab al-Aziziya, que abriga o complexo de Kadhafi, após um sobrevoo de aviões da Otan.

Em Benghazi, bastião dos rebeldes, houve comemoração com tiros para o alto durante a madrugada de sábado para domingo após o anúncio da morte de Saif al-Arab, constatou um jornalista da AFP.

"Eles estão muito felizes que Kadhafi tenha perdido seu filho em um ataque aéreo e atiram para comemorar" sua morte, declarou o porta-voz militar do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político da rebelião), coronel Ahmed Omar Bani, em Benghazi.

Muamar Kadhafi havia reiterado neste sábado que não deixaria o poder, enquanto que a Otan rejeitou seu apelo por uma negociação para pôr fim ao conflito na Líbia, que já dura cerca de três meses.

Em uma primeira aparição pública desde 9 de abril, Kadhafi, que está no poder desde 1969, reafirmou que não sairia, apesar da pressão militar da Otan, das sanções financeiras internacionais, do embargo de armas e do congelamento de seus bens.

"A Otan deve abandonar qualquer esperança de uma saída de Muamar Kadhafi. Não deixarei meu país e lutarei até a morte", disse à televisão, classificando os rebeldes de "terroristas" vindos do exterior e afirmando ser "sagrado" para seu povo.

"Estamos preparados para negociar com a França e com os Estados Unidos, mas sem condições (...). Não nos renderemos, mas peço uma negociação. Podemos resolver nossos problemas entre líbios sem agressões. Retirem suas frotas e seus aviões", disse Kadhafi à Otan.

A Aliança Atlântica rejeitou o apelo, ressaltando que cabe acima de tudo a Kadhafi interromper seus ataques contra civis.

"A Otan manterá suas operações até que todos os ataques e as ameaças contra os civis tenham cessado", disse uma autoridade.

Em Trípoli, mais de 400 representantes de tribos fiéis ao regime afirmaram em um comunicado que se preparam para ir a Benghazi para um encontro com as tribos sob controle dos rebeldes tendo em vista "uma reconciliação".

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaMuammar KadafiPolíticos

Mais de Mundo

Missão da SpaceX foi ao resgate de astronautas presos na ISS

Após morte de Nasrallah, Netanyahu afirma que “trabalho ainda não está concluído”

Bombardeio israelense atinge arredores do aeroporto de Beirute

Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah, mas impactos são incertos