A discussão é sobre a necessidade de uma intervenção militar na Líbia, contra Kadafi (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2011 às 00h04.
Trípolo - O líder líbio, Muammar Gaddafi, criticou na terça-feira os defensores de uma zona de exclusão aérea sobre seu país e instou os líbios a pegar em armas e a se preparar para enfrentar uma possível invasão por parte das potências ocidentais.
"A França agora levanta sua cabeça e diz que vai atacar a Líbia", Gaddafi disse para um grupo de seguidores em seu complexo fortificado Bab al-Azizia, no centro de Trípoli.
"Atacar a Líbia?", ele perguntou. "Seremos aqueles que irão te atacar. Nós te atacamos na Argélia, no Vietnã. Você quer nos atacar? Venha experimentar."
O discurso foi feito no momento em que as potências mundiais discutem um projeto de resolução sobre a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
O objetivo dessa ação é impedir que as forças de Gaddafi utilizem a sua superioridade aérea para tomar a capital rebelde de Benghazi, no leste do país, para onde as tropas do Exército avançam.
No discurso curto e emocional, Gaddafi criticou a Grã-Bretanha por defender o isolamento aéreo. "Que direito você tem? Compartilhamos fronteiras? É nosso tutor?", questionou.
Os líbios lutariam até a morte para defender o seu país, ele disse.
Gaddafi também falou da Liga Árabe, que tem apoiado a ideia de restrição aérea, dizendo que a entidade estava "acabada", e que o Conselho de Cooperação do Golfo havia perdido sua legitimidade.
"A Liga Árabe acabou. Não existe mais a Liga Árabe", afirmou. "O Conselho de Cooperação do Golfo acabou. É, na verdade, o Conselho de Não-Cooperação do Golfo... o povo árabe (no entanto) permanece."