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Kadafi será "assessor" de um eventual novo regime, diz filho do ditador

Para Saadi Kadafi, um dos oito filhos do ditador líbio, situação na Líbia é "muito segura e tranquila"

Muammar Kadafi: para seu filho, ele pode ser assessor de um novo regime (AFP)

Muammar Kadafi: para seu filho, ele pode ser assessor de um novo regime (AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 06h38.

Londres - Como um "grande pai", Muammar Kadafi se dispõe a trabalhar como assessor em qualquer novo regime que surgir no país, declarou ao "Financial Times" Saadi Kadafi, um dos oito filhos do ditador líbio.

"O Exército continua sendo muito forte, e se ouvirmos algo enviaremos alguns batalhões. Assim que o povo vir o Exército, sentirá medo", explicou o filho de Kadafi em conversa telefônica desde Trípoli com o diário britânico.

Saadi Kadafi, ex-jogador de futebol profissional na Itália, descreveu a situação no país como "muito segura e tranquila", e disse que "entre 50% e 60% das pessoas estão trabalhando normalmente.

Segundo ele, seu irmão Seif Al Islam trabalha atualmente em uma nova constituição e muito em breve fará um anúncio a respeito.

Questionado sobre a renúncia de vários diplomatas líbios, Kadafi respondeu: "Não me preocupam esses casos. Minha diplomacia é ser honrado e dizer a verdade".

Saadi Kadafi reconheceu que foram utilizados aviões e navios para bombardear depósitos de munição perto de Benghazi, cidade do leste do país, mas assegurou que esses depósitos estão longe das áreas povoadas.

"Despachamos aviões para esses hangares cheios de munição", disse o filho do coronel, que justificou a ação com o argumento de que a Al Qaeda se aproveitou do "caos" para tomar o controle dessa região das mãos de manifestantes legítimos e monárquicos.

Saadi Kadafi disse que há na Líbia "milhares" de militantes da Al Qaeda, e assinalou que o Governo britânico enviou em 2010 unidades de suas forças especiais para "treinar nossas forças especiais para combater a Al Qaeda nessa região do país".

O filho de Kadafi insistiu, assim como seu pai, que muitos manifestantes tinham ingerido drogas "muito potentes" como anfetaminas e ecstasy.

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