Argel - O líder líbio Muammar Kadafi advertiu neste sábado aos líderes ocidentais que eles "vão se arrepender se intervierem nos assuntos internos da Líbia", em mensagem lida pelo porta-voz governamental, Ibrahim Moussa, e transmitido pela rede "Al Jazeera".

Kadafi faz essas ameaças em mensagem enviada aos presidentes Barack Obama (Estados Unidos) e Nicolas Sarkozy (França), ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, e ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

O líder líbio reiterou que o que ocorre em seu país são "assuntos internos", que qualquer ataque militar será considerado "uma agressão inimiga evidente" e afirmou que os "cidadãos líbios estão dispostos a morrer por mim".

Após ressaltar que seu Exército não disparou contra civis, Kadafi rejeitou a resolução 1937 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada na sexta-feira passada, que impõe uma zona de exclusão aérea no país para proteger os cidadãos dos ataques das forças leais ao líder.

Essa resolução "é inaceitável, já que o Conselho de Segurança da ONU não tem mandato para intervir nos assuntos internos dos países", declarou Kadafi.

A mensagem foi divulgada depois que os opositores denunciaram neste sábado o ataque militar que forças leais ao líder líbio realizam contra a cidade de Benghazi, principal reduto dos rebeldes.

Nesses ataques, pelo menos oito pessoas morreram e outras muitas ficaram feridas em uma ofensiva que o Exército líbio realiza por terra, mar e ar, indicam os rebeldes.

Por sua vez, o Ministério da Defesa líbio destacou que respeita o cessar-fogo decretado unilateralmente na sexta-feira e que a violência foi desencadeada por "grupos terroristas filiados à Al Qaeda", informa a agência oficial de notícias "Jana".