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Kadafi deve abandonar o poder e deixar a Líbia

A saída do ditador líbio representaria um êxito diplomático do Conselho Nacional de Transição, que representa a rebelião

Muammar Kadafi fala em um hotel de Trípoli: Estados Unidos começam contagem regressiva para sua saída (TV líbia via Reuters TV)

Muammar Kadafi fala em um hotel de Trípoli: Estados Unidos começam contagem regressiva para sua saída (TV líbia via Reuters TV)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2011 às 20h48.

Benghazi - O ditador Muammar Kadhafi deve abandonar o poder e deixar a Líbia, afirma o Departamento de Estado americano em um comunicado divulgado por ocasião da visita a Benghazi de um de seus principais funcionários.

"Os Estados Unidos estão determinados a proteger os civis líbios e pensam que Kadhafi deve abandonar o poder na Líbia", afirmou o Departamento de Estado dos EUA no comunicado.

O subsecretário de Estado para o Oriente Médio, Jeffrey Feltman, chegou a Benghazi na noite de domingo. Nesta segunda-feira, ele se reuniu com autoridades da rebelião, incluindo o líder Mustafah Abdeljalil, anunciou o porta-voz da representação americana em Benghazi, Nathaniel Tek.

A saída do ditador líbio representaria um êxito diplomático do Conselho Nacional de Transição (CNT), que representa a rebelião.

A França disse nesta segunda-feira que enviará helicópteros de combate à Líbia para realizar ataques "mais precisos" nas operações da coalizão internacional.

A visita surpresa de Jeffrey Feltman concidiu com a inauguração de uma delegação diplomática da União Europeia e de Benghazi, que é o centro da rebelião líbia.

Os Estados Unidos "continuam comprometidos a proteger a população líbia e estimam que Kadhafi deve deixar o poder e o país", disse o Departamento de Estado dos EUA no texto que anuncia a visita de Feltman, o funcionário de maior nível hierárquico do governo americano que já visitou Benghazi desde o início da rebelião.

A visita de Feltman constitui mais um sinal do apoio americano ao CNT, que, segundo o governo dos EUA, é um interlocutor "confiável e legítimo", destacou o comunicado do Departamento de Estado.

"Feltamn teve uma série de encontros com membros da CNT, entre eles o presidente Mustafá Abdejalil, disse à AFP um porta-voz americano em Benghazi.


Os Estados Unidos são a ponta de lança da coalizão militar - com França e Grã-Bretanha - que intervêm na Líbia desde 19 de março passado, em sintonia com a resolução de 1973 da ONU para proteger aos civis líbios da repressão do regime de Kadhafi.

Na segunda-feira, a União Europeia estendeu a um membro do governo de Kadhafi e a uma companhia aérea líbia as sanções adotadas contra os outros membros do regime, que consistem em congelamento de bens e na negação de vistos.

Além disso, a UE deu um passo a mais no reconhecimento diplomático da CNT ao elevar-lhe ao cargo de "interlocutor político chave que representa as aspirações do povo líbio.

Os êxitos dilpomáticos da CNT coincidem com a viagem de um de seus emissários, Abdel Rahman Shalgam, a Moscou, onde ele se encontrou com o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov. "Kadhafi tem que renunciar", declarou esse emissário após o encontro.

Na Líbia, a Otan indicou que havia efetuado 50 bombardeios no domingo, apontando sobre todos os centros de comando próximos a Trípoli e Brega e a um depósito de munições em Sirte.

Além disso, o chanceler francês, Alain Juppé, disse na segunda-feira em Bruxelas que França enviará helicópteros de combate à Líbia, os quais "se adaptarão melhor à capacidade de ataque à terra, com meios de ação mais precisos".

Os rebeldes, por sua vez, anunciaram que haviam avançado 20km à oeste de Ajdabiya e que suas forças se encontram a 40km de Brega.

"Devemos ir a Brega em alguns dias", disse à AFP um porta-voz militar da rebelião, Ahmed Omar Bani.

Nas montanhas de Djebel Nefusa, próximo à fronteira com Túnez, a "situação é terrível", disse Bani. "Não há água nem alimentos. Não podemos ajudá-los e isso dura 47 anos", completou.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) solitou mais 38 milhões de euros para poder financiar suas operações na Líbia, onde as "perspectivas são desatrosas".

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