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Kadafi aceita receber a ONU, mas não deixará o poder, diz Chávez

O presidente venezuelano conversou com Kadafi na terça-feira para consultá-lo sobre sua proposta para deixar que uma comissão internacional de países visite a Líbia

Hugo Chávez propôs na segunda-feira a criação de uma comissão de países para intermediar o conflito na Líbia (Paulo Vitale/VEJA)

Hugo Chávez propôs na segunda-feira a criação de uma comissão de países para intermediar o conflito na Líbia (Paulo Vitale/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 06h18.

Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assegurou nesta quinta-feira que Muammar Kadafi não deixará o poder na Líbia e afirmou que o ditador lhe manifestou a disposição de receber uma comissão de países e das Nações Unidas para que possam ver o que está acontecendo no país.

Chávez explicou durante um ato do Partido Socialista Unido da Venezuela que conversou com Kadafi na terça-feira para consultá-lo sobre a disposição em aceitar sua proposta para deixar que uma comissão internacional de países visite a Líbia para fazer as vezes de mediador entre as partes do conflito.

"E (Kadafi) me disse: olha, Chávez, não só de países, tomara que venham as próprias Nações Unidas para que vejam a verdade do que está ocorrendo antes de condenar o Governo da Líbia e o povo líbio", explicou o presidente venezuelano.

"Muito antes de pensarem - continuou -, como já estão pensando e agindo, em invadir a Líbia, o que é uma loucura e, à frente dessa loucura, como sempre, o império 'ianque'".

Chávez assinalou que Kadafi "é dos homens que morrem combatendo" e manifestou que é "mentira" que o líder líbio vá se refugiar na Venezuela ou em qualquer outro país.

Advertiu, além disso, que "se a guerra civil na Líbia se transformar em uma guerra internacional, o preço do petróleo poderia ultrapassar US$ 200, e isso não convém a ninguém no mundo".

O líder venezuelano propôs na segunda-feira a criação de uma comissão de países para intermediar o conflito na Líbia para "evitar o derramamento de mais sangue", depois de os Estados Unidos terem mobilizado sua frota no Mediterrâneo.

Chávez explicou hoje que tomou a iniciativa de tentar ajudar a resolver o conflito por lembrar o papel que desempenhou o líder cubano Fidel Castro durante o golpe de Estado contra si, em abril de 2002. Chávez assinalou que Fidel "se movimentou por céu e terra e chamou meio mundo" para evitar uma guerra civil.

Chávez, que durante o ato leu o artigo "A guerra inevitável da Otan", de Fidel Castro, indicou concordar com a opinião do ex-presidente de Cuba com relação à "colossal campanha de mentiras" sobre a Líbia.

"É uma guerra civil o que há na Líbia. O que está acontecendo na Líbia não é o mesmo que ocorreu no Egito ou na Tunísia", assinalou.

Chávez também apelou a Obama para que reflita sobre a situação da Líbia e manifestou novamente que o presidente americano "é um homem de boas intenções, mas não tem a coragem de enfrentar o império", ao acrescentar que, se o fizesse, "o mais provável" é que o matassem.

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