Mundo

Justiça paraguaia processa jovem por realizar aborto

A jovem foi denunciada há algumas semanas por sua vizinha em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil


	Mulher grávida: aborto é crime no Paraguai passível de cinco anos de prisão e só existe uma exceção: quando a mãe corre risco de perder a vida e há recomendação médica
 (Stock.Xchange/Divulgação)

Mulher grávida: aborto é crime no Paraguai passível de cinco anos de prisão e só existe uma exceção: quando a mãe corre risco de perder a vida e há recomendação médica (Stock.Xchange/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 15h28.

Assunção - A procuradoria do Paraguai pediu nesta segunda-feira a prisão preventiva para uma mulher de 18 anos acusada e detida por abortar um feto de seis meses e enterrá-lo no jardim de sua casa, informou a Agência Efe a promotora do caso.

A jovem foi denunciada há algumas semanas por sua vizinha em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, que entrou no jardim do imóvel sem permissão para verificar um "estranho montículo" onde encontrou o feto, segundo comunicado da procuradoria.

Após a denúncia, a jovem foi detida e acusada e hoje a promotoria de Ciudad del Este, María de Fátima Burró requereu a prisão preventiva por "risco de fuga".

Segundo Burró, a jovem alegou que não sabia estar grávida e que a perda do feto foi natural.

O aborto é crime no Paraguai passível de cinco anos de prisão e só existe uma exceção: quando a mãe corre risco de perder a vida e há recomendação médica.

"Como ela enterrou o feto em sua casa sem contar para ninguém achamos que foi provocado (o aborto)", disse Burró.

A advogada e integrante do Comitê da América Latina e o Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem) no Paraguai Graciela Mendoza disse à agência Efe que "penalizar o aborto constitui uma pena de morte para as mulheres pobres".

"As ricas católicas e apostólicas vão a uma clínica privada, ninguém fica sabendo, depois se confessam e pronto", disse Mendoza, que representa o Círculo de Advogadas do Paraguai no Cladem.

Mendoza ainda criticou que, por causas dos comuns atrasos e deficiências do sistema judiciário paraguaio para que o caso da menina chegue a julgamento oral "podem passar muitos anos".

E lembrou o caso de três irmãs paraguaias que foram condenadas a prisão por ajudar a uma delas a abortar, depois que o pai, que abusava delas sexualmente, as denunciasse. 

Acompanhe tudo sobre:AbortoAmérica LatinaCrimeParaguai

Mais de Mundo

Ucrânia realiza ataque a bombardeiros russos com capacidade nuclear na Sibéria

Polônia vota em segundo turno presidencial entre um pró-europeu e um nacionalista

Sobe para 31 número de mortos por tiros perto de um ponto de distribuição de ajuda em Gaza

EUA diz que enviou proposta de acordo 'aceitável' sobre programa nuclear do Irã