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Justiça oficializa investigação sobre Lagarde por delito econômico

A diretora-gerente do FMI é suspeita de interceder de forma supostamente ilegal para conceder uma milionária indenização ao empresário Bernard Tapie

Christine Lagarde pode ser condenada a dez anos de prisão e a uma multa de 150 mil euros (Mario Tama/Getty Images)

Christine Lagarde pode ser condenada a dez anos de prisão e a uma multa de 150 mil euros (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h12.

Paris - A Justiça francesa abriu oficialmente uma investigação sobre a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, por um suposto delito econômico cometido em 2008.

Lagarde é suspeita de interceder de forma supostamente ilegal para conceder uma milionária indenização ao empresário Bernard Tapie, quando ainda era ministra da Economia da França.

O Tribunal de Justiça da República, o único competente para julgar delitos cometidos por ministros durante sua estadia no cargo, elegeu uma comissão de instrução composta por três magistrados do Supremo que realizará a investigação.

Os três juízes deverão agora determinar se Lagarde cometeu os delitos de "cumplicidade em falsificação" e "desvio de bens públicos", que poderiam condená-las a dez anos de prisão e multa de 150 mil euros.

O Tribunal autorizou a abertura de uma investigação sobre a suposta influência exercida por Lagarde em 2008 na atribuição de uma indenização de 285 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie pela venda da Adidas, uma de suas empresas embargadas em meados da década de 1990.

A então ministra da Economia da França decidiu que o montante dessa indenização fosse fixado por uma comissão de arbitragem privada e não pelos tribunais.

Vários deputados socialistas, surpreendidos pelo elevado montante que o Estado devia pagar a Tapie, recorreram à Justiça para denunciar o procedimento decidido por Lagarde.

Além disso, a acusação também considera que Lagarde sabia que alguns dos membros da comissão de arbitragem tinham trabalhado para Tapie no passado.

A acusação também reprova a diretora do FMI por não recorrer da elevada indenização estipulada, que com os juros se aproximaria dos 400 milhões de euros, soma que o Estado deve pagar a Tapie, empresário famoso nos anos 19080 e ex-ministro de Urbanismo de François Mitterrand, cujo império foi embargado por diversas irregularidades.

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