Mundo

Justiça determina que Argentina entregue sua participação de 51% na petroleira estatal YPF

De acordo com a sentença, o governo argentino tem 14 dias para transferir as ações para uma conta global de custódia

YPF e o impacto judicial: decisão dos EUA exige que Argentina transfira controle da petroleira estatal como parte de indenização (Luis Robayo/AFP)

YPF e o impacto judicial: decisão dos EUA exige que Argentina transfira controle da petroleira estatal como parte de indenização (Luis Robayo/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de junho de 2025 às 15h46.

Última atualização em 30 de junho de 2025 às 15h56.

Tudo sobreArgentina
Saiba mais

A juíza Loretta Preska, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, ordenou nesta segunda-feira que a Argentina entregue sua participação majoritária de 51% na petroleira estatal YPF como parte do pagamento de uma sentença judicial que exige a indenização de US$ 16 bilhões, referente à expropriação da empresa em 2012. A decisão segue um pedido da Burford Capital, que solicitou à juíza o repasse das ações, atualmente controladas pelos governos federal e provinciais da Argentina.

A ordem de Preska concede à Argentina 14 dias para transferir as ações da YPF para uma conta global de custódia. O caso judicial decorre da nacionalização da YPF pelo governo argentino, que, segundo a juíza, violou o estatuto da empresa. A decisão original, tomada em 2023, determinou que a Argentina pagasse US$ 16 bilhões em indenização e juros, uma das maiores sentenças já ordenadas por um tribunal federal em Manhattan.

Sentença em apelação e impactos no mercado

Apesar da sentença de 2023 ainda estar em apelação, a juíza Preska decidiu que a execução da sentença seria imediata, já que a Argentina não havia apresentado uma garantia financeira adequada durante o processo. Em reação à decisão, os recibos de ações da YPF negociados nos EUA caíram 5,2%, atingindo uma nova mínima de US$ 31,60 por ação. Este foi o maior declínio intradiário desde abril de 2023. Por outro lado, as ações da Burford Capital dispararam até 21%, sua maior alta desde setembro do ano passado, antes de uma leve correção.

A juíza rejeitou o argumento da Argentina de que a comidade internacional — o princípio de respeitar as leis de outros países — deveria ser invocada para evitar a transferência das ações, apontando que a República se recusou a cumprir a sentença. “Enquanto a República exige que este tribunal estenda a comidade, ela simultaneamente se recusa a fazer qualquer esforço para cumprir a sentença”, afirmou Preska.

A YPF é a maior produtora de petróleo e combustíveis da Argentina. A empresa foi nacionalizada em 2012, com a alegação de que os proprietários privados espanhóis negligenciavam a produção e que a intervenção do governo argentino poderia impulsionar o desenvolvimento da exploração de reservas de xisto na Patagônia. No entanto, a interferência do governo nos preços dos combustíveis para controlar a inflação prejudicou a empresa, apesar do sucesso na produção de óleo de xisto, que atualmente representa quase metade da produção de petróleo bruto do país.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaPetróleoIndústria do petróleo

Mais de Mundo

Alerta de bomba leva à evacuação de voo entre Bruxelas e Berlim

Republicanos culpam democratas por paralisação do governo nos EUA

Trump assina ordem para garantir segurança do Catar após ataque israelense

Suprema Corte dos EUA mantém Lisa Cook no Fed até audiência em janeiro