Repórter
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 14h58.
Última atualização em 19 de novembro de 2025 às 15h14.
Tribunais na Argentina determinaram o confisco de cerca de US$ 500 milhões (o equivalente a R$ 2,6 bilhões), em bens da ex-presidente Cristina Kirchner e de outros réus em um processo de corrupção, segundo fontes do Judiciário à agência AFP.
A decisão, tomada por um tribunal federal na noite de terça-feira, abrange mais de 100 bens vinculados a Kirchner, seus familiares e aliados associados ao caso pelo qual a ex-presidente já foi condenada.
Cristina Kirchner foi considerada culpada por corrupção na concessão de contratos de obras públicas.
Atualmente, a ex-presidente se encontra em prisão domiciliar em Buenos Aires, onde cumpre pena desde junho deste ano, após a decisão da sentença. Ela também foi proibida de exercer funções públicas de forma permanente.
O caso de corrupção que levou à condenação de Cristina Kirchner envolve irregularidades em 51 licitações, segundo a Justiça argentina.
As investigações apontaram desvios em contratos para construção de rodovias e estradas nacionais na província de Santa Cruz, realizados entre 2003 e 2015 — período correspondente aos mandatos de Néstor Kirchner, já falecido, e da própria Cristina Kirchner.
De acordo com o tribunal responsável, o processo revelou um “esquema fraudulento extraordinário” que causou prejuízo direto à administração pública. O valor do desfalque foi inicialmente calculado em 85 bilhões de pesos, equivalente a cerca de US$ 70 milhões à época, cifra posteriormente atualizada por peritos do Supremo Tribunal de Justiça da Argentina.
Também foram atingidos pela decisão judicial outros réus, como Lázaro Báez, empresário próximo à família Kirchner e beneficiado com contratos públicos, além de um ex-secretário e ex-funcionários da autoridade rodoviária nacional.
O tribunal que condenou os nove réus permitiu que eles definissem entre si a divisão proporcional dos valores confiscados. No entanto, nenhum acatou a decisão. Todos apresentaram recursos, posteriormente rejeitados por instâncias superiores.
(Com informações da agência AFP)