François Fillon e sua esposa, Penelope: os crimes dos quais os dois são acusados é desvio de recursos públicos, tráfico de influência e ocultação de atividades ilícitas (Pascal Rossignol/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de março de 2017 às 17h43.
Paris - Juízes de instrução da França decidiram nesta quarta-feira convocar para depor Penelope Fillon, esposa do candidato à presidência e ex-primeiro-ministro do país, François Fillon, acusada de ter sido contratada pelo marido para um cargo que nunca exerceu na Assembleia Nacional.
Fillon anunciou hoje que foi convocado a depor no próximo dia 15 de março, mas ainda não há informações sobre a data do depoimento de sua esposa aos juízes que investigam o caso.
A Procuradoria Financeira da França abriu uma investigação preliminar depois das revelações feitas pelo semanário "Le Canard Enchainé", que denunciou no fim de janeiro que Fillon contratou a esposa como assessora parlamentar entre 1998 e 2002, mas que Penelope nunca exerceu o cargo.
Na última sexta-feira, os promotores anunciaram que não decidiram arquivar a causa e que a investigação prossegue. Os crimes dos quais os dois são acusados é desvio de recursos públicos, tráfico de influência e ocultação de atividades ilícitas.
Fillon explicou hoje que se apresentará aos juízes, apesar de poder se negar por ser deputado, para provar sua inocência. E aproveitou a entrevista hoje para denunciar que sua presunção de inocência não está sendo respeitada no caso.
A acusação gerou várias críticas do governo da França. O atual presidente, François Hollande, defendeu a independência da Justiça do país em comunicado divulgado após as declarações de Fillon.
"Uma candidatura presidencial não autoriza a levantar suspeitas sobre o trabalho dos policiais e juízes, a criar um clima de desconfiança incompatível com o espírito de responsabilidade e, ainda pior, a fazer acusações extremamente graves contra a Justiça", afirmou Hollande.