Mundo

Justiça chilena paralisa a construção de termelétrica de Eike

O tribunal considerou "ilegal" a classificação ambiental que permitiu a construção, que em várias ocasiões mudou a qualificação de "poluente" para "incômoda"

A central de Castilla, 80 km ao sul de Copiapó, a capital regional, demandará um investimento de 4,4 bilhões de dólares de Eike Batista (Brendan McDermid/Reuters)

A central de Castilla, 80 km ao sul de Copiapó, a capital regional, demandará um investimento de 4,4 bilhões de dólares de Eike Batista (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2012 às 10h26.

Santiago - A Corte de Apelações da província do Antofagasta (norte do Chile) suspendeu por questões legais a autorização ambiental que aprovava a construção da central termelétrica de Castilla, a maior da América do Sul e de propriedade do empresário brasileiro Eike Batista.

O tribunal chileno aceitou um recurso de proteção apresentado por moradores e pescadores de Totoral, a área da futura central, e considerou "ilegal" a classificação ambiental que permitiu a construção, que em várias ocasiões mudou a qualificação de "poluente" para "incômoda".

Segundo a Corte, "por não ter ajustado aos parâmetros estabelecidos pela lei, a classificação "incômoda" é ilegal e atenta contra o direito de viver em um meio ambiente livre de contaminação dos recorrentes".

Os coordenadores do projeto precisam decidir agora se apelarão da sentença na Corte Suprema, que poderia revogar a decisão.

A central de Castilla, 80 km ao sul de Copiapó, a capital regional, demandará um investimento de 4,4 bilhões de dólares de Eike Batista. O objetivo é gerar 2.100 MW a base de carvão, mais 254 MW em usinas adjuntas com o uso de diesel.

Segundo grupos ambientalistas, a termelétrica ameaça a extraordinária biodiversidade de Punta Cachos, que abriga colônias de tartarugas marinhas, populações de pinguins e lobos-marinhos, entre outros.

Para Alex Muñoz, diretor da ONG Oceana, a decisão "dá uma oportunidade como país para evitar o erro que significa construir hoje a maior termelétrica a carvão da América do Sul".

"Nosso futuro energético deve estar nas energias renováveis não convencionais, especialmente na região norte do país, onde as energias solar e eólica são abundantes", completou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileEike BatistaEmpresáriosJustiçaLicenças ambientaisMeio ambienteMMXOSXPersonalidades

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'