O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla: ele cumpria pena de prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar (1976-1983). (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Buenos Aires - A Justiça argentina autorizou nesta terça-feira a entrega do corpo do ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, que morreu sexta-feira passada na penitenciária onde cumpria prisão perpétua, a sua família, confirmou Adolfo Casabal Elia, advogado da família.
"Não vamos pedir novas provas periciais", disse Casabal Elia em entrevista a uma rede de televisão local.
O advogado explicou que, embora a Justiça já tenha autorizado a entrega dos restos mortais de Videla à família, após a autópsia o corpo do ex-ditador não poderá ser retirado do necrotério "até cumprir todos os requisitos administrativos".
Sobre o lugar onde Videla será enterrado, Casabal Elia explicou que "a princípio a ideia é que seja enterrado em Mercedes", sua cidade natal, situada 100 quilômetros a oeste de Buenos Aires, embora isso "ainda não tenha sido definido".
Diante da possibilidade, a secretaria de Direitos Humanos do governo de Mercedes afixou ontem, nos arredores do cemitério, 22 cartazes com os nomes de desaparecidos durante a última ditadura na Argentina.
O diretor do espaço, Marcelo Melo, explicou à Agência Efe que o objetivo de pendurar os cartazes é "mostrar repúdio à possibilidade de que o corpo de Videla seja enterrado" na cidade.
Videla morreu na última sexta-feira aos 87 anos em uma penitenciária da cidade na província de Buenos Aires de Marcos Paz, onde cumpria pena de prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar (1976-1983).