Mundo

Justiça argentina vai analisar decreto de Milei que revoga centenas de leis na economia

Justiça aceitou a primeira ação contra o decreto do presidente Javier Milei e vai analisar a legalidade da medida

Casa Rosada, sede do governo argentino: Judiciário decidirá a validade do decreto que derrubou mais de 300 leis (Luis ROBAYO /AFP Photo)

Casa Rosada, sede do governo argentino: Judiciário decidirá a validade do decreto que derrubou mais de 300 leis (Luis ROBAYO /AFP Photo)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 23 de dezembro de 2023 às 16h37.

Na Argentina, a Justiça aceitou a primeira ação contra o decreto do presidente Javier Milei e vai analisar a legalidade da medida que desregulamenta a economia. A ação movida pelo Observatório do Direito a Cidade, uma organização social, alega que houve abuso de poder pelo Executivo e pede a nulidade do Decreto de Necessidade de Emergência (DNU), que derrubou mais de 300 leis.

A ação protocolada no dia seguinte ao anúncio descreve a medida como "antidemocrática" e afirma que houve violação do "direito coletivo dos cidadãos argentinos de participar na direção de assuntos públicos". O Tribunal Nacional de Contencioso Administrativo Federal N° 2 aceitou a abertura do processo.

Na noite de quarta-feira, 20, o presidente Javier Milei anunciou o que tem sido chamado na Argentina de "megadecreto" de 83 páginas com o objetivo de desregulamentar a economia. Foram derrubadas 366 leis, como as que regulam os setores imobiliários de abastecimento e de controle de preços. Também foram criadas novas regras para a legislação trabalhista e privatização de estatais.

Protestos intensos

O anúncio foi recebido com panelaço nas ruas de Buenos Aires e protestos em diferentes cidades da Argentina. A oposição acusa o governo de atropelar os Poderes ao reformar a economia por meio de um mecanismo previsto para casos de emergência. A medida entrou em vigor automaticamente, mas ainda precisa passar por uma comissão do Congresso, que tem o poder de manter ou rejeitar o decreto.

Em paralelo, o governo Javier Milei deve enviar também o pacote com 11 projetos de lei que versam sobre impostos, eleições e a própria burocracia do Estado - todos temas que não podem ser alterados por decreto. As sessões extraordinárias do Congresso foram convocadas entre os dias 26 de dezembro e 31 de janeiro.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaJavier Milei

Mais de Mundo

México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Rússia considera 'inaceitável' plano europeu para força de paz na Ucrânia

Trump publica carta endereçada a Bolsonaro e volta a criticar processo no STF

Casa Branca responde Lula e diz que Trump não quer ser o 'imperador do mundo'