Bangcoc - A junta militar da Tailândia elegerá 150 pessoas para formar um novo parlamento e 35 para uma comissão que redigirá uma nova Constituição, que substituirá a anulada após o golpe de estado de 22 de maio, informou nesta quarta-feira a imprensa local.
As novas medidas estão de acordo com uma Constituição provisória, que os militares já terminaram de escrever, segundo o jornal "Bangcoc Post".
Os membros do legislativo escolhidos representarão setores profissionais e cinco deles integrarão o painel que redigirá a Carta Magna.
O painel também será composto por cinco membros da junta militar e mais 20 membros de um conselho para a reforma e cinco de um governo interino que ainda não foram criados.
A nova Constituição não será submetida a referendo e sua aprovação dependerá do conselho para a reforma e, em última instância, da junta militar, segundo disse uma fonte militar.
O chefe do exército e da junta, o general Prayuth Chan-ocha, anunciou a abertura de um processo de reformas políticas durante pelo menos um ano após o golpe de estado, o que justificou como necessário para "defender" a democracia da corrupção e da "ditadura parlamentar" do governo.
O plano dos militares, que não fixaram nenhuma data para a convocação de eleições, coincide com as exigências dos manifestantes que desde outubro e durante seis meses criticaram o governo deposto com protestos populares, que deixaram um saldo de 28 mortos.
Os manifestantes, que contam com o apoio da elite burocrática e círculos monárquicos de Bangcoc, reivindicavam uma reforma do sistema político, que consideravam a serviço do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto no golpe militar anterior, de 2006.
Thaksin e seus aliados políticos ganharam todas as eleições desde 2001 graças ao apoio da população rural do norte do país e classes pobres da capital que se beneficiaram de suas políticas populistas.
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1. Linha dura
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São Paulo – O ditador que comandou a
Coreia do Norte pelos últimos 18 anos, Kim Jong-il, morreu neste final de semana, deixando para o seu filho mais novo o posto de chefe supremo do país. A tradição, que pode soar arcaica em pleno século 21, é muito mais disseminada pelo mundo do que se pode imaginar. Apesar da onda de levantes no mundo árabe, que livrou países como Egito e Líbia de décadas de tirania, algumas dezenas de países no mundo ainda vivem sob o jugo de déspotas violentos e autoritários. Segundo um levantamento feito pela
CBSNews, há cerca de 40 países comandados por ditadores ou em situação bastante similar – casos como a Venezuela e Cuba são considerados “limítrofes” pela publicação. Veja, a seguir, oito países que ainda são comandados por ditadores.
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2. Angola
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2/8 (Getty Images)
Há 32 anos no poder, Jose Eduardo dos Santos assumiu o cargo de presidente de Angola em setembro de 1979. Com a deposição e morte do ditador líbio Muammar Kadafi, tornou-se o déspota mais longevo da África. Sob seu comando, Angola viveu 27 anos de violenta guerra civil, com denúncias de assassinatos em massa de civis, torturas e repressão a minorias étnicas. Além de presidente, Santos também é chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e presidente do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), partido no poder desde a independência do país, em 11 de novembro de 1975.
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3. Arábia Saudita
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3/8 (Getty Images)
O rei Abdullah bin Abdul-Aziz ascendeu ao trono em 2005, após a morte do seu meio irmão, o rei Fahd. A dinastia, conhecida como a Casa de Saud, controla a Arábia Saudita desde 1932 e tornou-se uma das famílias mais ricas do mundo, controlando vastas reservas de petróleo, apesar da pobreza generalizada que afeta a maioria da população do país. Seu patrimônio pessoal é avaliado em 21 bilhões de dólares. Com o avanço dos protestos que abalaram diversos governos despóticos no Oriente Médio ao longo dos últimos meses, o estado saudita é acusado de prender centenas de manifestantes. O sistema judiciário do país é considerado arcaico, conservando formas medievais de punição, como a decapitação. Logo após o levante da Tunísia, em março deste ano, o rei Abdullah anunciou uma série de medidas para acalmar os ânimos no seu país, incluindo aumentos de salários, criação de empregos e programas de moradia.
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4. China
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4/8 (Jim Watson/AFP)
Embora, na teoria, não seja uma ditadura, na prática a “República Popular da China” tem um dos governos mais autoritários do mundo. O monopólio do poder é garantido em constituição ao Partido Comunista da China (PCC), cujo atual representante – no poder há 8 anos – é o presidente Hu Jintao. O país é severamente criticado pelas frequentes violações aos direitos humanos, com denuncias de censura ampla e generalizada, prisões sem julgamento de ativistas políticos, confissões forçadas, tortura e maus-tratos, entre outras. Cerca de 150 mil chineses vivem com menos de 1 dólar por dia e entre 250 mil e 300 mil dissidentes políticos estão confinados a “campos de reeducação pelo trabalho”.
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5. Coreia do Norte
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5/8 (Jonas Ekstromer/AFP)
Apesar de mais notório por comandar um ameaçador programa nuclear, Kim Jong-il era também a mente por trás de uma das mais duras e longas ditaduras do mundo. Ele ficou no poder por 18 anos, após assumir o lugar do pai , Kim Il-sung, que governou por 46 anos. Em 2009, Kim foi “eleito” para continuar no poder com uma taxa de aprovação de 99,9%. Cerca de 250 mil pessoas estão confinadas a “campos de reeducação” no país, sofrendo privação de liberdade e abusos. A má-nutrição assola a população – segundo dados do Programa Mundial de Alimentação da ONU, um menino de 7 anos de idade da Coreia do Norte é cerca de 20 centímetros mais baixo e 9 quilos mais magro que um menino da mesma idade da vizinha Coreia do Sul. O posto de “chefe do estado” será assumido por Kim Jong-Un, o filho mais novo do falecido presidente, que tem menos de 30 anos de idade.
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6. Cuba
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6/8 (Jorge Rey/Getty Images)
Cuba é uma república socialista, mas, na prática, o país é comandado pelo Partido Comunista de Cuba desde 1959, sem eleições diretas ou imprensa livre. Fidel Castro comandou o estado e as forças armadas até agosto de 2006, quando teve que se afastar por motivos de saúde. Desde então, Raúl Castro comanda o país, assumindo primeiro as funções do irmão interinamente até 2008 e, depois, como presidente “eleito” de Cuba (em eleição de candidato único). Apesar da alta taxa de alfabetização e acesso universal ao sistema de saúde, o governo é acusado de violações dos direitos humanos, incluindo tortura, detenções arbitrárias, julgamentos injustos e execuções extrajudiciais. A população vive sob forte censura e privações causadas pelo embargo econômico de décadas sofrido pelo país.
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7. Irã
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7/8 (www.sajed.ir)
O Irã é presidido desde 2005 por Mahmoud Ahmadinejad, reeleito em 2009 em um pleito polêmico, sob acusações de fraude. Embora Ahmadinejad esteja sempre nas manchetes, na prática, o país é comandado por um conselho de 12 guardiões encabeçado pelo aiatolá Sayyid Ali Khamenei. Há 22 anos no poder, Ali Khamenei é o líder espiritual e político supremo do Irã, cargo vitalício que lhe dá direito a vetar qualquer decisão do governo. Khamenei é acusado de ter acabado com a liberdade de imprensa, torturar jornalistas e ordenar a execução pública de desafetos políticos e homossexuais. Os levantes que aconteceram no país durante este ano, inspirados pela onda de protestos contra as ditaduras no mundo árabe, foram duramente reprimidos pelo governo.
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8. Zimbábue
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8/8 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Robert Mugabe assumiu o comando do Zimbábue há 31 anos, após liderar um levante contra o governo branco pró-apartheid que controlava o país até 1980. Neste período, ele se manteve no poder através da força, sendo acusado de ter comandado assassinatos em massa de dissidentes do regime. Enquanto o déspota desfruta de acomodações luxuosas e de uma gorda conta bancária, a população do Zimbábue tornou-se uma das mais miseráveis do mundo. A taxa de inflação do país é a maior do mundo, o desemprego atinge 80% da população e AIDS infecta 20% dos habitantes. A expectativa de vida de declinou de 62 anos de idade, em 1988, para apenas 38 anos de idade. A agricultura está em ruinas desde os anos 2000, quando Mugabe confiscou e distribuiu as fazendas mais produtivas do país para seus aliados políticos que, sem experiência no cultivo, fracassaram em administrá-las.