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Juncker, Macron, Merkel: Europa se une para dialogar com Xi

Líderes da França, da Alemanha e da Comissão Europeia se encontram com presidente chinês para debater acordos comerciais e climáticos

Macron: presidente francês recebeu o líder chinês no palácio do Eliseu em Paris antes de reunião com lideranças europeias (Yoan Valat/Pool/Reuters)

Macron: presidente francês recebeu o líder chinês no palácio do Eliseu em Paris antes de reunião com lideranças europeias (Yoan Valat/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2019 às 06h29.

Última atualização em 26 de março de 2019 às 06h52.

Importantes lideranças europeias tentam, nesta terça-feira, 26, adotar uma postura unificada diante da visita do presidente da China, Xi Jinping, ao continente. O presidente francês Emmanuel Macron, junto com a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, recebem hoje o líder chinês para discutir questões climáticas e as relações econômicas entre Europa e China.

Macron tem se manifestado a favor de negociações coletivas com a China, após o país anunciar seu plano Belt And Road de construir uma nova “rota da seda”, ligando Ásia, Europa, Oriente Médio e África através de projetos de infraestrutura e parcerias comerciais. A estratégia do país asiático é fortalecer sua presença internacional num projeto com mais de 60 países e que terá custo total de aproximadamente 1 trilhão de dólares.

O presidente chinês, por sua vez, já declarou que deseja a cooperação da França para seu projeto. Em carta publicada no jornal francês Le Figaro, Xi disse que deseja aumentar o número de negócios e investimentos entre os dois países, especialmente nos campos de energia nuclear, tecnologia espacial, aeronáutica e agricultura. Em um encontro de líderes europeus em Bruxelas, na Bélgica,  na última quinta-feira, 21, Macron disse que teme que os chineses estejam tentando produzir produtos sofisticados que possam competir com os fabricados na Europa. Se não é possível derrotá-los, portanto, melhor unir esforços.

Nem todos os líderes europeus seguem a postura do presidente francês de preferir negociar em bloco. No último sábado, 23, o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte assinou um memorando com Xi Jinping que pode levar a Itália a participar ativamente na iniciativa chinesa. Na visita de dois dias de Xi a Roma, os dois países fecharam cerca de 10 acordos comerciais em áreas como turismo, gastronomia e futebol. 

Além da Itália, o presidente chinês encontrou boas-vindas calorosas no principado europeu de Mônaco. No último domingo, 24, Xi Jinping almoçou no palácio real acompanhado do Príncipe Albert II e de sua esposa Charlene. O principado está interessado em aumentar sua cooperação econômica com os chineses. Em 2019, Mônaco será o primeiro lugar fora da China a usar a tecnologia de internet 5G da empresa chinesa Huawei, mesmo com os Estados Unidos tendo alertado para um risco de espionagem por parte de Pequim.

Em abril, haverá uma cúpula em Bruxelas para discutir as relações entre o bloco europeu e o gigante asiático. A reunião desta terça-feira deve servir para preparar o terreno para o encontro do próximo mês. Enquanto Trump tenta fechar fronteiras com sua guerra comercial, Xi Jinping acelera o passo para integrar a China ao Ocidente. 

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