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Julian Assange perde nova batalha ante a justiça sueca

Pela oitava vez em seis anos, um tribunal sueco rejeitou um recurso do ex-hacker australiano para evitar sua extradição do Reino Unido à Suécia


	Julian Assange: tribunal insiste que existe o "risco de que escape de um processo judicial ou de uma condenação"
 (Rosie Hallam/Getty Images)

Julian Assange: tribunal insiste que existe o "risco de que escape de um processo judicial ou de uma condenação" (Rosie Hallam/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2016 às 10h30.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, perdeu uma nova batalha judicial nesta sexta-feira ante a justiça sueca, ao ter negada a anulação da ordem de detenção que o mantém refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2010.

Pela oitava vez em seis anos, um tribunal sueco rejeitou um recurso do ex-hacker australiano para evitar sua extradição do Reino Unido à Suécia por acusações de estupro que remontam a 2010.

Per Samuelson, um de seus advogados suecos, anunciou imediatamente em um e-mail enviado à AFP que recorrerão da sentença do Tribunal de Apelação de Estocolmo ante a Suprema Corte da Suécia.

"Lamentamos que os tribunais suecos não levem em conta a recomendação do grupo de trabalho da ONU de colocar Assange em liberdade", disse.

Neste relatório, publicado em fevereiro, ele foi considerado vítima de uma "detenção arbitrária". Os advogados já perderam na primeira instância um recurso baseado nesta argumentação.

Na véspera da decisão da justiça sueca, o WikiLeaks divulgou elementos do boletim médico de Assange, que indicam que sua saúde se degradava em junho no início de seu quinto ano de reclusão na Embaixada do Equador, confinado em um cômodo austero de 18 m2.

"A saúde mental de Assange pode se deteriorar com o tempo se continuar na situação atual", adverte o WikiLeaks, que também menciona problemas dentários e no ombro.

Em sua sentença divulgada nesta sexta-feira, o tribunal reconhece que a lentidão do processo e "a passividade dos investigadores" suecos são "argumentos a favor" de retirar a ordem de detenção.

Mas insiste que existe o "risco de que escape de um processo judicial ou de uma condenação" e afirma que "os fatos dos quais é suspeito são relativamente graves, e o interesse geral é que a investigação prossiga".

Inimiga de Assange, a procuradora sueca que instrui o caso de estupro, Marianne Ny, comemorou a manutenção da ordem, ao considerar que o risco de que não seja julgado é alto.

Depois de meses de disputas com a justiça e a polícia suecas, o Equador acabou por aceitar que seu convidado se submetesse a uma audiência, mas dirigida por um promotor equatoriano, Wilson Toaing. O interrogatório está fixado para o dia 17 de outubro na Embaixada do Equador em Londres.

Toainga "tomará a declaração com base em uma cartilha de perguntas enviada pelo Ministério sueco da Justiça (...) e procederá a coletar uma amostra de fluidos corporais" se Assange concordar, segundo a promotoria equatoriana.

A procuradora geral sueca, Ingrid Isgren, e uma funcionária da polícia, Cecilia Redell, foram autorizadas a estar presentes, segundo a mesma fonte. Estocolmo solicitou, sem sucesso, que elas realizassem o interrogatório.

Julian Assange nega firmemente as acusações e denuncia uma manobra para extraditá-lo aos Estados Unidos, que querem julgá-lo pela divulgação de informações secretas.

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