Mundo

Julgamento de ex-assessor de Trump é marcado para maio

O ex-chefe de campanha de Trump é acusado de cometer 12 crimes dentro da investigação pela suposta interferência russa nas eleições de 2016

Manafort: ele teve que entregar seu passaporte e usar uma tornozeleira eletrônica (Chip Somodevilla/Getty Images)

Manafort: ele teve que entregar seu passaporte e usar uma tornozeleira eletrônica (Chip Somodevilla/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 22h21.

Washington - Uma juíza dos Estados Unidos marcou para 7 de maio de 2018 o início do julgamento de Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente Donald Trump, e do que foi seu "número dois", Rick Gates, acusados de cometer 12 crimes dentro da investigação pela suposta interferência russa nas eleições de 2016.

Em sua ordem judicial, a juíza Amy Jackson, da Corte do Distrito de Columbia, afirmou que, a princípio, a data de 7 de maio de 2018 para o começo do julgamento é "firme", e avisou às partes que, caso desejarem fazer qualquer mudança, devem comunicar na próxima audiência, marcada para a próxima segunda-feira.

Nessa audiência, a juíza também estudará as condições de reclusão de Manafort e Gates, que cumprem prisão domiciliar desde a segunda-feira desta semana e com a possibilidade de sair de suas casas apenas para serviços religiosos, consultas médicas, comparecimentos na corte e reuniões com seus advogados.

Os dois tiveram que entregar seus passaportes e usar uma tornozeleira eletrônica para que o governo saiba sua localização por um sistema de GPS. Além disso, Justiça impôs uma fiança de US$ 10 milhões para Manafort e de US$ 5 milhões para Gates.

O processo contra Manafort e Gates é produto da investigação aberta em maio pelo promotor especial Robert Mueller para descobrir os possíveis laços entre membros da campanha do atual presidente e o governo russo, acusado de interferir a favor de Trump nas eleições de 2016.

Os dois homens se entregaram na última segunda-feira ao FBI após serem acusados por Mueller de cometer 12 crimes, entre eles lavagem de dinheiro, evasão de divisas e "conspiração contra os EUA", pelos quais podem ser condenados a mais de dez anos de prisão.

Segundo Mueller, os acusados criaram uma "rede de entidades e contas bancárias" em diferentes países para ocultar até US$ 75 milhões, que obtiveram principalmente do governo pró-Rússia da Ucrânia e de outros oligarcas russos, a quem ajudaram, por exemplo, a melhorar sua imagem nos EUA.

Manafort, que dirigiu a campanha de Trump entre maio e agosto de 2016, teve que renunciar após ser descoberto que tinha recebido US$ 12,7 milhões por assessorar em segredo o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich (2010-2014), vinculado a Moscou.

As acusações contra Manafort e Gates não estão relacionadas às suas atividades na campanha de Trump, mas revelam seus laços com a Rússia entre 2006 e 2017.

Manafort se uniu à campanha em março de 2016 e a dirigiu entre maio e agosto. Gates, que foi o "número dois" de Manafort na campanha, também começou a trabalhar para o atual presidente em março de 2016 e, após as eleições de novembro, fez parte da equipe que organizou os atos de transição de poder entre o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) e Trump.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)Rússia

Mais de Mundo

O que é o Projeto Manhattan, citado por Trump ao anunciar Musk

Donald Trump anuncia Elon Musk para chefiar novo Departamento de Eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA