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Julgamento de catalães empareda governo espanhol

Pedro Sánchez, no cargo desde junho, vem sendo alvo de protestos acusado de ceder a interesses dos separatistas. Doze políticos vão a julgamento hoje

MADRI: manifestantes pediram foram às ruas domingo pedir novas eleições  / REUTERS/Sergio Perez

MADRI: manifestantes pediram foram às ruas domingo pedir novas eleições / REUTERS/Sergio Perez

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 06h46.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 07h11.

Um ano e meio após a fracassada tentativa de independência da Catalunha, um grupo de 12 políticos vai a julgamento nesta terça-feira, reacendendo tensões que estavam sob banho maria na Espanha. Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol na época de declaração de independência, será uma das testemunhas de acusação.

O objetivo do julgamento é decidir se os líderes da declaração unilateral de independência continuarão presos. A promotoria pede penas de até 25 anos, sob acusação de rebelião, entre outros crimes. O principal artífice da independência catalã, o ex-presidente do território, Carles Puigdemont, não está entre os julgados por seguir em exílio auto-imposto na Bélgica.

O julgamento, e a condenação do grupo, é considerado fundamental para o futuro do governo central de Madri, agora sob comando de Pedro Sánchez. Sánchez vem tentando se firmar em âmbito nacional e internacional sendo, por exemplo, uma das mais altivas vozes a defender o opositor venezuelano Juan Guaidó. Sua pressão levou a União Europeia a reconhecer Guaidó como presidente de facto do país.

Mas a corte vem numa hora ruim para Sánchez, que assumiu o poder em junho de 2018. Amanhã o governo leva ao Parlamento a votação do orçamento de 2019, e precisa de uma ampla rede de apoio entre partidos menores para aprovar a pauta e evitar mais uma eleição parlamentar ainda este ano. Um temor é que a coincidência das pautas dê voz ao partido de extrema-direita Vox, que já manifestou interesse em ser um das vozes de acusação no julgamento.

Em outros cantos da Europa, a extrema-direita é a grande embaixador de movimentos separatistas. Na Espanha, pode se valer da rejeição popular ao movimento catalão para ganhar corpo. No domingo, uma manifestação convocada pela direita reuniu 45.000 pessoas em Madri para pedir a renúncia de Sánchez, acusado de ceder à pressão dos separatistas catalães. São cenas que devem voltar a ser vistas na capital espanhola durantes as semanas que deve durar o julgamento.

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