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Juíza rejeita que EUA detenham crianças imigrantes por longo prazo

A juíza Dolly Gee rejeitou a proposta do Departamento de Justiça de modificar a decisão que impede crianças serem mantidas sob detenção por períodos longos

O governo fez a solicitação em junho, após grandes críticas contra sua política de separar as crianças dos pais que entraram ilegalmente nos EUA (Courtesy CBP/Handout/Reuters)

O governo fez a solicitação em junho, após grandes críticas contra sua política de separar as crianças dos pais que entraram ilegalmente nos EUA (Courtesy CBP/Handout/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de julho de 2018 às 09h47.

Última atualização em 10 de julho de 2018 às 09h49.

Uma juíza federal dos Estados Unidos rejeitou um pedido do governo Trump para deter crianças imigrantes ilegais por longo prazo, em um revés para os esforços do presidente Donald Trump em deter famílias imigrantes mantidas sob custódia na fronteira entre EUA e México.

A juíza Dolly Gee, do Tribunal Distrital de Los Angeles, rejeitou por ver como "dúbia" e "injustificável" a proposta do Departamento de Justiça para modificar uma decisão de 1997 conhecida como Acordo Flores, que afirma que crianças não podem ser mantidas sob detenção por períodos longos. O governo fez a solicitação em junho, após uma revolta pública contra sua política de separar as crianças dos pais que entraram ilegalmente nos EUA.

No mês passado um juiz de um caso diferente em San Diego ordenou que o governo reúna as famílias que separou. Para mudar o Acordo Flores, o governo argumentou que o veredicto de San Diego implicaria em detenções de crianças por períodos longos, já que esta seria a única maneira de levá-las ao encontro dos pais e ao mesmo tempo manter os adultos presos no decorrer de seus procedimentos imigratórios.

A juíza Dolly refutou o argumento na segunda-feira."Os réus apresentaram uma interpretação deturpada do Acordo Flores na tentativa de mostrar que a... medida liminar lhes permite suspender as cláusulas de libertação e licenciamento do (Acordo) Flores", escreveu.

Governos anteriores muitas vezes libertaram famílias detidas na fronteira para que pleiteassem seu status de imigrantes vivendo livremente nos EUA, mas Trump prometeu acabar com essa abordagem que chama de "prende e solta". Em um comunicado, o porta-voz do Departamento de Justiça Devin O'Malley disse que o governo discorda do veredicto, mas que a decisão parece permitir que o governo mantenha algumas práticas.

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