Houston, Texas: republicanos pediram anulação de votos entregues em sistema drive-through, feita para diminuir contato diante da pandemia de covid-19 (Callaghan O'Hare/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 2 de novembro de 2020 às 20h52.
Última atualização em 2 de novembro de 2020 às 20h55.
Um juiz federal do Texas negou na segunda-feira, 2, uma tentativa dos republicanos do estado de descartar cerca de 127.000 votos já entregues na eleição presidencial dos Estados Unidos em locais de votação drive-through em Houston, uma região de forte inclinação democrata.
Os republicanos acusaram a autoridade do condado de Harris, reponsável por permitir essa modalidade de voto como alternativa durante a pandemia do coronavírus, Chris Hollins, um democrata, de agir ilegalmente.
O juiz distrital Andrew Hanen disse que os reclamantes não tinham legitimidade para abrir o caso.
Jared Woodfill, advogado dos querelantes, afirmou a repórteres que eles vão recorrer à Corte de Apelações do 5º Circuito dos EUA. Eles também vão apelar de uma derrota semelhante em tribunal estadual no domingo à Suprema Corte dos EUA, disse Woodfill.
Hollins declarou a repórteres que os locais de votação drive-through no condado de Harris, que inclui Houston, serão abertos no dia da eleição. “Estamos orgulhosos de preservar a democracia em um momento em que a própria democracia está sendo atacada”, disse Hollins.
O condado de Harris, que abriga a cidade de Houston e aproximadamente 4,7 milhões de pessoas, é o terceiro mais populoso dos EUA. Atualmente possui 10 locais de votação drive-through disponíveis para todos os eleitores entre 800 locais de votação no total.
O Texas, segundo maior Estado dos EUA, é tradicionalmente republicano, mas as pesquisas mostram uma disputa acirrada este ano entre o presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden, com mais de nove milhões de votos já entregues, superando o total de comparecimento do Estado na eleição presidencial de 2016.