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Juiz ordena que ex-ditador haitiano seja levado ao tribunal

A Corte declarou que o "comparecimento de Jean-Claude Duvalier se mostra imperativo", disse o juiz Jean-Joseph Lebrun aos advogados de ambas as partes


	O advogado de Duvalier Reynold Gorges: um dos advogados de "Baby Doc" Duvalier, garantiu à AFP que o ex-ditador estará presente. "Sim, vamos levá-lo, respeitamos a decisão do tribunal"
 (AFP/ Thony Belizaire)

O advogado de Duvalier Reynold Gorges: um dos advogados de "Baby Doc" Duvalier, garantiu à AFP que o ex-ditador estará presente. "Sim, vamos levá-lo, respeitamos a decisão do tribunal" (AFP/ Thony Belizaire)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 20h30.

Porto Príncipe - Um juiz haitiano ordenou nesta quinta-feira que o ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier, alvo de inúmeras denúncias por prisões arbitrárias e torturas, seja "levado" à Corte para ser ouvido, e fixou uma nova audiência para a próxima quinta-feira, após o acusado não ter se apresentado ao Tribunal de Apelações de Porto Príncipe, que o havia convocado.

A Corte declarou que o "comparecimento de Jean-Claude Duvalier se mostra imperativo", disse o juiz Jean-Joseph Lebrun aos advogados de ambas as partes, vítimas do ex-ditador e observadores da comunidade internacional. "Convém então ordenar que seja levado para ser ouvido pela Corte", acrescentou.

Me Frizto Canton, um dos advogados de "Baby Doc" Duvalier, garantiu à AFP que o ex-ditador estará presente. "Sim, vamos levá-lo, respeitamos a decisão do tribunal".

"Não há 1% de chance de vir aqui, porque é um caso já decidido. Agora vamos esperar calmamente o recurso", declarou naquele momento à AFP um dos advogados de Duvalier, Reynold Georges, presente no tribunal por outros casos.


Em janeiro de 2012, um juiz de instrução ordenou "Baby Doc" a comparecer perante um tribunal penal por desvio de verbas, mas não levou adiante as ações contra o ex-ditador por crimes contra a humanidade, ao considerar que as infrações já haviam prescrito.

Esta decisão provocou indignação de organizações de defesa dos direitos humanos e vítimas da ditadura, que apelaram da decisão.

Mas os advogados de "Baby Doc" entraram com um recurso, por considerar que o tribunal de apelações estava fora do caso.

"Baby Doc", filho do ex-ditador François "Papa Doc" Duvalier, assumiu o poder aos 19 anos, em 1971, dando continuidade a uma longa ditadura do clã em um dos países mais pobres das Américas.

Deposto em 1986 por uma revolta popular, dramaticamente retornou ao Haiti em janeiro de 2011, após 25 anos de exílio na França.

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