Redatora na Exame
Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 06h33.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2025 às 06h40.
Uma juíza federal dos Estados Unidos rejeitou um pedido para impedir Elon Musk e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), liderado pelo bilionário, de acessar ou transferir dados de sete agências do governo americano.
A ordem de restrição temporária foi solicitada por um grupo de 14 procuradores-gerais estaduais democratas, liderados pelo Novo México. No pedido, eles argumentam que Musk e seu departamento estariam reduzindo o quadro de funcionários federais, cortando projetos de agências e obtendo acesso a dados sem a devida autoridade.
Na ação, o governo Trump alega que Musk, na verdade, não é funcionário nem administrador do Doge — ele seria um funcionário da Casa Branca e conselheiro do presidente.
Ao analisar o caso, a juíza do Tribunal Distrital do Distrito de Columbia, Tanya Chutkan, decidiu negar a solicitação por considerar que o grupo não conseguiu demonstrar que haveria dano irreparável caso o Doge não fosse bloqueado emergencialmente.
Para a magistrada, a mera sugestão de que Musk e Doge podem "tomar medidas que causem danos irreparáveis" aos estados não é suficiente para justificar a ordem de restrição temporária.
“Embora estejamos desapontados com a decisão do tribunal de não emitir uma ordem de restrição temporária, seguimos comprometidos em pôr fim à usurpação ilegal de poder por Elon Musk”, afirmou o procurador-geral do Novo México, Raúl Torrez, em comunicado.
Apesar de negar o pedido, a juíza se mostrou aberta a alguns pontos levantados pelos estados na ação. "Musk não foi indicado pelo presidente nem confirmado pelo Senado dos EUA, como exige a Constituição para ocupantes de cargos que exercem ‘autoridade significativa de acordo com as leis dos Estados Unidos’”, escreveu a magistrada.
Chutkan afirma que, se essas alegações forem verdadeiras, as ações dos réus representariam os "abusos do Executivo" que a Constituição americana busca impedir.
Os estados ainda podem recorrer e solicitar uma liminar para barrar o acesso de Musk aos dados do Escritório de Gestão de Pessoal e dos departamentos de Comércio, Educação, Energia, Trabalho, Saúde e Serviços Humanos e Transportes do governo americano.
“Cada dia que ele continua operando sem um mandato do Congresso e com pouca supervisão, Musk desestabiliza nosso governo e prejudica o financiamento essencial para educação, saúde pública e segurança nacional", disse o procurador-geral do Novo México. "Estamos preparados para levar este caso adiante pelo tempo que for necessário para acabar com esse caos.”