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Juiz adia início de julgamento de Trump em caso sobre compra de silêncio de atriz pornô

Primeira audiência estava marcada para 25 de março, mas agora está prevista para um mês depois; decisão está ligada à inclusão de 100 mil páginas de documentos ao processo

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Win McNamee/AFP)

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Win McNamee/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de março de 2024 às 20h47.

Um juiz de Nova York determinou o adiamento de um dos quatro casos criminais envolvendo o ex-presidente Donald Trump, relacionado à compra do silêncio de uma atriz pornô em meio a um escândalo sexual na campanha presidencial de 2016. O processo, previsto para iniciar no dia 25 de março, seria o primeiro da série de julgamentos que aguardam o republicano, nos quais ele nega culpa e tenta atrasar o máximo possível neste ano de eleição para a Casa Branca.

O pedido para o adiamento veio da própria promotoria, que depois do recebimento, na quinta-feira, de mais de 100 mil páginas de documentos, desde o começo do mês, relacionados às acusações envolvendo Trump e a atriz Stormy Daniels, com quem o republicano manteve um relacionamento extraconjugal.

Segundo a acusação, esse tempo a mais, de 30 dias, daria aos advogados de defesa a chance de revisar o material — os representantes de Trump requisitaram inicialmente um adiamento de 90 dias. O promotor responsável pelo caso, Alvin Bragg, afirma que a maior parte dos documentos, requisitados pela defesa, é “irrelevante”. Em fevereiro, o republicano havia requisitado o arquivamento do processo, um pedido rejeitado pelo juiz do caso, James Merchan.

“Há questões significantes que essa Corte precisa resolver”, escreveu Merchan na decisão desta sexta-feira, apontando que os dois lados deverão estabelecer uma “linha do tempo” dos fatos até o recebimento dos documentos novos. Ele ainda deixou no ar a possibilidade de um novo adiamento, a ser definido na audiência do dia 25 de abril.

No processo, Trump é alvo de 34 acusações referentes a três casos relacionados à falsificação de registros comerciais antes das eleições presidenciais de 2016, incluindo o suposto suborno de US$ 130 mil (R$ 649 mil) a Stormy Daniels, cujo nome real é Stephanie Clifford, para que abafasse um caso mantido entre os dois pelo menos desde 2006, e sempre negado por ele. Antes mesmo da apresentação dos novos documentos, havia indícios de que ele havia pagado pelo silêncio de pelo menos duas pessoas, incluindo uma outra mulher que afirmou ter tido uma relação com o republicano. Ele nega as alegações, e se diz “vítima de uma caça às bruxas”.

Apesar dos promotores afirmarem que o adiamento não afeta o ritmo do julgamento, essa decisão é vista com certo otimismo pela equipe jurídica do ex-presidente, que tenta evitar que seus processos sejam julgados antes da eleição presidencial do dia 5 de novembro.

Enquanto há uma data provável para o início do caso envolvendo Stormy Daniels, os três outros processos criminais — sobre a posse de documentos sigilosos da Casa Branca, sobre a tentativa de mudar os resultados da eleição e sobre sua tentativa de interferir no processo eleitoral na Geórgia — seguem à espera de uma decisão da Suprema Corte.

No mês passado, o tribunal constitucional aceitou ouvir um caso no qual o ex-presidente alega ter imunidade em processos relacionados a atos cometidos enquanto ele ainda estava no cargo. Caso a Corte aceite esses argumentos, ele poderia se livrar dos processos movidos pelas Justiças federal e estadual, no caso da Geórgia. Uma audiência está prevista para o dia 25 de abril.

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