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Juiz adia caso da atriz pornô contra Trump por 3 meses

Decisão foi tomada após advogado do presidente fazer uso da Quinta Emenda da Constituição, que concede a cidadãos direito de não se incriminarem

Trump: presidente americano reconheceu pela primeira vez, na quinta-feira, que Cohen o representa em processo de Daniels (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: presidente americano reconheceu pela primeira vez, na quinta-feira, que Cohen o representa em processo de Daniels (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de abril de 2018 às 21h21.

O juiz encarregado do processo apresentado pela atriz pornô Stormy Daniels contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu adiar o caso em 90 dias nesta sexta-feira, após o advogado do líder ter seguido a Quinta Emenda da Constituição americano.

Essa opção concede a qualquer pessoa o direito a não prestar depoimento para evitar que incrimine a si mesmo por um crime.

O advogado de Trump, Michael Cohen, ressaltou que, como há fatos subjacentes a este processo civil e aos de uma investigação criminal em paralelo, o adiamento era justificável, e o juiz concordou.

O objetivo de Michael Avenatti, advogado de Daniels, é que Trump admita a existência de um suposto pacto de confidencialidade relacionado a uma relação sexual entre o governante e a atriz em 2006, pouco depois que o agora presidente se casasse com a primeira-dama, Melania Trump.

Na quinta-feira Trump reconheceu pela primeira vez que Cohen o representa no litígio com Daniels, a qual o advogado tentou silenciar com um pagamento que agora está sujeito a uma investigação criminal federal.

No início deste mês, Trump garantiu que não sabia que Cohen tinha pago US$ 130 mil a Daniels durante a campanha presidencial de 2016, e que também não sabia de onde o advogado tirou o dinheiro para evitar que a atriz falasse sobre a relação sexual que supostamente teve com o líder.

Cohen disse que fez o pagamento à atriz pornô com o próprio dinheiro usando uma linha de crédito garantida com o seu imóvel. O pagamento pode ter violado as leis sobre financiamento eleitoral, ao ser considerado que tinha como objetivo preservar uma boa imagem de Trump, como candidato, em um momento especialmente crítico do processo eleitoral.

Essa admissão de Trump deu um novo giro ao caso, dado que Cohen está sujeito a uma investigação criminal do FBI e da Prcuradoria do distrito sul de Nova York.

Há duas semanas, os agentes do FBI inspecionaram os escritórios de Cohen em Nova York e o quarto do hotel onde se hospeda, e apreenderam materiais relacionados a diversos temas, entre eles o trabalho do advogado para negociar um acordo com Daniels.

"A importância da batida do FBI não pode ser subestimada. Isso não é uma simples investigação criminal, é uma investigação sobre o advogado pessoal do atual presidente sobre documentos que podem se referir aos privilégios entre o advogado e o seu cliente", disse o juiz na decisão.

Avenatti escreveu pelo Twitter que respeitava a decisão de Otero, mas que não estava de acordo, por isso provavelmente apresentará um recurso na semana que vem. A previsão é que o caso seja retomado no dia 27 de julho.

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