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Judoca egípcio se recusa a cumprimentar israelense após luta

O sorteio tinha proporcionado justamente um duelo entre representes das duas nações-chave do conflito no Oriente Médio logo na estreia da categoria


	Or Sasson (Israel) e El Shehaby (Egito): "No passado, uma luta entre esses dois atletas talvez sequer tenha acontecido"
 (Toru Hanai / Reuters)

Or Sasson (Israel) e El Shehaby (Egito): "No passado, uma luta entre esses dois atletas talvez sequer tenha acontecido" (Toru Hanai / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 13h37.

O judoca egípcio Islam El Shehaby causou polêmica na categoria acima de 100kg dos Jogos do Rio ao se recusar a cumprimentar o israelense Or Sasson, que acabara de derrotá-lo por ippon.

Depois da luta, Sasson se aproximou de El Shehaby e estendeu a mão, mas o egípcio se afastou.

Uma sonora vaia foi ouvida nas arquibancadas da Arena Carioca 2, mas El Shehaby não se importou e sequer fez a tradicional saudação japonesa ao deixar o tatame.

Ele foi chamado de volta para fazê-lo e se contentou com um movimento discreto.

O sorteio tinha proporcionado justamente um duelo entre representes das duas nações-chave do conflito no Oriente Médio logo na estreia da categoria dos pesos pesado.

"No passado, uma luta entre esses dois atletas talvez sequer tenha acontecido. Já é um grande avanço que países árabes possam competir contra Israel", afirmou Nicolas Messner, porta-voz da Federação Internacional de Judô.

"Não há obrigação apertar as mãos ao final da luta, mas a saudação é obrigatória, por isso ele foi chamado de volta. Sua atitude será reavaliada depois dos Jogos para decidir se uma medida será tomada no futuro", completou.

Logo depois do sorteio, o presidente do Comitê Olímpico egípcio, Hesham Hatab, afirmou à AFP que não retiraria o judoca da competição porque "não mistura política e esporte".

"Nossa posição contra Israel é conhecida, mas não vamos nos retirar contra eles", justificou o dirigente.

Medalhista de bronze no Mundial de Tóquio-2010, El Shehaby, de 34 anos, sofreu pressão em redes sociais da parte de grupos islamistas para desistir da luta.

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