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Judeus são considerados eleitores-chave na Flórida

A conversa entre Obama e Romney foi centrada exclusivamente em política externa


	Mitt Romney e Barack Obama: pesquisa realizada em setembro pelo Comitê Judeu Americano calculou o apoio dos judeus ao presidente em 69% contra 25% de Romney
 (Kevin Lamarque/Reuters)

Mitt Romney e Barack Obama: pesquisa realizada em setembro pelo Comitê Judeu Americano calculou o apoio dos judeus ao presidente em 69% contra 25% de Romney (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 13h59.

Boca Raton - Judeus como Charles Ash são considerados eleitores-chave no estado da Flórida no pleito presidencial americano, que será realizado no dia 6 de novembro e no qual disputarão o cargo o atual presidente, Barack Obama, e o seu opositor, Mitt Romney.

Durante o debate realizado na última segunda-feira na Universidade Lynn, em Boca Ratón, os eleitores analisaram minuciosamente os comentários dos candidatos sobre Israel. A conversa entre Obama e Romney foi centrada exclusivamente em política externa.

Ao lado do Irã, Israel foi um dos seis segmentos discutidos no debate, que teve duração de 90 minutos.

Especialistas como Diana Negroponte, do Brookings Institution, em Washington, afirmou que "o que os candidatos disseram na noite de segunda-feira repercutirá e poderá ajudar a ganhar votos entre os judeus da Flórida".

Os judeus representam 3,4% da população da Flórida, mas a alta participação deles nas eleições eleva seu peso a até 8% do eleitorado, segundo o Projeto de Demografia Judaica da Universidade de Miami.

O estado da Flórida representa mais de 10% dos 270 votos do colégio eleitoral necessários para ganhar as eleições no sistema de representação indireta dos Estados Unidos.

Segundo o Real Clear Politics, site que faz uma média das enquetes no país, Romney tem 48,7% das intenções de voto, contra 46,6% de Obama. Essa diferença está dentro da margem de erro das pesquisas.


"Se os democratas não conseguirem cerca de 70% dos votos dos judeus da Flórida, não ganharão a eleição no estado", afirmou ao jornal "Sun Sentinel" o analista político da Universidade Lynn, Robert Watson, autor do livro "Israel e o legado de Harry Truman".

E Obama, que conseguiu um arrasador apoio de cerca de 80% dos judeus da Flórida em 2008, parece ter perdido terreno entre esses eleitores.

Uma pesquisa realizada em setembro pelo Comitê Judeu Americano calculou o apoio dos judeus da Flórida ao presidente em 69%, contra 25% a Romney e 5% de indecisos.

Entre esses eleitores está Charles Ash, um pequeno empresário que serviu ao Exército israelense e diz ter "sentimentos muito fortes sobre a relação entre EUA e Israel".

Ash, assim como outros eleitores judeus nesta parte do país, se ressente de que Obama não tenha se reunido com o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York no mês passado, mas deve votar em Obama no pleito de novembro.

"Acho que foi um erro, mas a relação de Obama com Netanyahu ainda é muito estreita", disse Ash, que compartilha com a atual administração a opinião de que o problema nuclear iraniano e sua ameaça para a segurança de Israel devem ser solucionados por vias diplomáticas.


Já o eleitor Phil Warheit, um judeu aposentado de 72 anos, discorda de Ash ao acreditar que "o governo de Obama não se importaria se Israel desaparecesse da face da Terra" e que, apesar de ter votado no democrata Bill Clinton no passado, "apoiará, sem dúvidas, Mitt Romney".

"A questão não é se Romney é ou não uma pessoa correta. Obama é o homem errado", disse Warheit.

"Os judeus americanos têm um problema: seus pais e avôs votaram nos democratas e eles seguem fazendo o mesmo", disse o empresário aposentado, em referência à tradicional tendência dos eleitores judeus de apoiarem o Partido Democrata.

O presidente, que estendeu a mão ao mundo muçulmano durante seu discurso no Cairo em junho de 2009, não conseguiu que esse gesto diminuísse o ressentimento com relação ao Ocidente e a Israel e, como consequência, Tel Aviv não se mostrou mais inclinado a fazer concessões para alcançar a paz na região.

O resultado, como lembra a revista "The Economist" em um especial sobre as eleições dos Estados Unidos, é que os árabes o acusam de seguir sendo pró-israelense e os israelenses, por sua vez, de tê-los abandonado. 

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