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Judeus na Argentina pedem justiça após morte de Nisman

A comunidade também exigiu que não haja impedimentos para a investigação do atentado cometido contra a associação israelita Amia, que deixou 85 mortos em 1994


	Mulher segura fotografia de Alberto Nisman em frente a centro judaico durante protesto
 (REUTERS/Marcos Brindicci)

Mulher segura fotografia de Alberto Nisman em frente a centro judaico durante protesto (REUTERS/Marcos Brindicci)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 06h14.

Buenos Aires - Centenas de pessoas se concentraram nesta quarta-feira em Buenos Aires, convocadas pela comunidade judaica, para pedir verdade e justiça após a morte do promotor Alberto Nisman, além de exigir que não haja impedimentos para a investigação do atentado cometido contra a associação israelita Amia, que deixou 85 mortos em 1994.

Na manifestação, realizada em frente à sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), foram reforçadas as exigências para que se dissipem as dúvidas em torno da morte do promotor, que, na semana passada, denunciou a presidente Cristina Kirchner e vários de seus colaboradores por uma suposta tentativa de acobertamento dos iranianos suspeitos pelo atentado.

Os manifestantes exibiram cartazes com a fotografia do promotor e com os dizeres 'Todos somos Nisman' e 'Justiça'. Além disso, interromperam os dirigentes da comunidade judaica que discursaram no ato com gritos contra Cristina Kirchner e contra o chanceler, Héctor Timerman, também denunciado pelo promotor.

'Decidimos ser prudentes', ressaltou em seu discurso o presidente da Amia, Leonardo Jmlenitsky, em referência à denúncia apresentada por Nisman antes de morrer, e considerou que a Justiça argentina é quem deve se posicionar sobre o processo.

Jmlenitsky exigiu que 'todos os poderes redobrem seus esforços para esclarecer' o atentado à Amia, que no dia 18 de julho de 1994 deixou 85 mortos, e a morte de Alberto Nisman.

Mais enfático em seu discurso, o presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia), Julio Schlosser, questionou a atuação do governo argentino após a denúncia de Nisman.

'Com sua morte, não vamos permitir que morra nossa esperança, nossos anseios por justiça, e deixar o caso Amia morrer', ressaltou o presidente da Daia.

Schlosser criticou o memorando de entendimento assinado em janeiro de 2013 entre a Argentina e o Irã, que prevê a revisão de toda a documentação da investigação e a possibilidade de que os suspeitos do ataque terrorista sejam interrogados em solo iraniano.

'Devemos convencer a todos que esta não é a luta da comunidade judaica, mas de um país que quer justiça', afirmou Schlosser.

'Não vamos permitir a morte de outro promotor, não vamos permitir que os intimidem e lhes digam o que deve ser feito', finalizou.

Em uma conversa com a Agência Efe, o tesoureiro da Amia, Ariel Cohen Sabban, afirmou que a instituição ainda não estudou com profundidade o texto completo da denúncia de Nisman, divulgado na terça-feira.

'Nossos profissionais vão analisar (a denúncia) nos próximos dias. A partir daí, os resultados chegarão a nossa mesa diretora e, em seguida, a Amia vai se posicionar', antecipou. 

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