Juan Guaidó fala em discurso de 1º de maio em Caracas Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de maio de 2019 às 15h07.
Última atualização em 1 de maio de 2019 às 15h11.
Caraca.- O líder do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, reapareceu nesta quarta-feira em Caracas em uma manifestação e convocou uma greve progressiva na administração pública a partir de amanhã.
"Amanhã começa a 'Operação Liberdade Sindical' rumo à greve geral (...) Amanhã vamos acompanhar a proposta de greve escalonada", disse Juan Guaidó diante de mil pessoas que se concentraram em um dos pontos preparados hoje pela oposição para protestar contra o governo de Nicolás Maduro.
O opositor também comemorou o fato de que milhares de pessoas estejam nas ruas protestando, "apesar da intimidação" que atribui ao governo de Maduro, contra o qual ontem liderou um fracasso levante militar.
Embora Guaidó não tenha se referido expressamente a esta sublevação, afirmou que continuará convocando protestos até conseguir o fim da "usurpação", que é a forma como se refere ao mandato de Maduro.
"Se o regime acreditava que tínhamos chegado ao máximo de pressão, se equivocaram (...) Vamos continuar nas ruas até conseguir a liberdade da Venezuela", destacou.
Além disso, advertiu que o chavismo "vai tentar aumentar a repressão" contra as manifestações e, apesar disso, pediu aos cidadãos que usem uma faixa azul como as que empregaram os militares rebeldes que ontem desafiaram o governo de Maduro.
A convocação de greve de Guaidó foi rapidamente respondida pelo dirigente chavista Diosdado Cabello, que pôs em dúvida que a proposta tenha sucesso e considerou que o opositor fala "muitas bobagens".
As manifestações populares contra o governo também aconteceram em várias cidades do interior do país e ocorrem 24 horas depois de outra jornada de protestos violentos que acabaram com um saldo de pelo menos 80 feridos.
O chavismo, por sua parte, está se concentrando no centro e no oeste de Caracas para participar dos atos convocados pelo governo para o 1º de Maio e em apoio a Maduro. EFE