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Juan Carlos I abdica para dar passagem a uma nova geração

O rei Juan Carlos I anunciou sua renúncia em nome de seu filho, para dar passagem para uma nova etapa de esperança


	Rei da Espanha, Juan Carlos I: Juan Carlos reinou por 39 anos
 (Casa Real Espanhola/Divulgação via Reuters)

Rei da Espanha, Juan Carlos I: Juan Carlos reinou por 39 anos (Casa Real Espanhola/Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 14h31.

Madri - O rei Juan Carlos I anunciou nesta segunda-feira sua renúncia em nome de seu filho, o príncipe Felipe, para dar passagem para uma "nova etapa de esperança", após um reinado de 39 anos que será lembrado como um período de democratização e liberdade na Espanha.

O monarca anunciou sua decisão em um pronunciamento transmitido por rádio e televisão. Juan Carlos afirmou que se sentia orgulhoso pelas conquistas dos espanhóis e expressou gratidão pelo apoio recebido da população.

Com sua renúncia, o rei disse que quer "abrir uma nova etapa de esperança na qual se combinem a experiência adquirida e o impulso de uma nova geração".

"Hoje merece passar para a primeira linha uma geração mais jovem, com novas energias, decidida a empreender com determinação as transformações e reformas que a conjuntura atual está demandando", disse o rei.

A mensagem foi gravada em seu escritório, onde era possível ver uma foto na qual o rei aparecia junto ao príncipe Felipe e sua neta, a infanta Leonor, e uma imagem de Juan Carlos ao lado de seu pai, Juan de Bourbon, Conde de Barcelona.

"Meu filho Felipe, herdeiro da Coroa, encarna a estabilidade, que é marca da instituição monárquica", declarou o rei em sua mensagem, no qual ressaltou que seu sucessor "tem a maturidade, a preparação e o senso de responsabilidade necessários para assumir com plenas garantias a chefia do Estado".

Juan Carlos expressou também sua gratidão à rainha Sofia por sua "colaboração e generoso apoio" e ressaltou que desejou "ser rei de todos os espanhóis".

O monarca foi um grande incentivador das Cúpulas Ibero-Americanas e participou de todas elas desde seu lançamento, com exceção da última, realizada no Panamá, em outubro de 2013, a qual não pôde comparecer pois se recuperava de uma cirurgia.

Por sua parte, Felipe de Bourbon, de 46 anos, é muito conhecido na América Latina porque desde 1996 foi a 69 posses de presidentes do continente, a última no fim de semana, em El Salvador, na cerimônia em que Sánchéz Cerén assumiu seu cargo.


A posse de Álvaro Arzu como presidente da Guatemala, em janeiro de 1996, foi a primeira posse que o príncipe das Astúrias presenciou desde então.

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, foi quem deu hoje a notícia da abdicação em um pronunciamento para a imprensa. Rajoy manifestou sua gratidão ao monarca e segundo o governante todos os espanhóis têm uma "dívida impagável" em relação a ele.

O chefe do governo espanhol disse ainda que amanhã será realizado um Conselho de Ministros extraordinário para tramitar sua sucessão.

A decisão do rei surpreendeu muitos espanhóis, apesar da possibilidade dele renunciar ter sido comentada frequentemente nos últimos anos pela opinião pública por causa de seus problemas de saúde, especialmente as operações de quadris pelas quais passou nos últimos dois anos.

O rei explicou que desde que completou 76 anos, em janeiro, começou a preparar sua sucessão.

O segredo só foi revelado para o príncipe Felipe, Rajoy, o líder da oposição, o socialista Alfredo Pérez Rubalcaba, e o chefe da Casa do Rei, Rafael Spottorno.

Pérez Rubalcaba, declarou que "hoje se abre um novo tempo, no qual Felipe de Bourbon representa o respeito à Constituição e à normalidade institucional".

Nos últimos meses, o rei intensificou suas atividades, com visitas aos países do Golfo Pérsico para promover empresas espanholas e a economia do país.

A crise econômica também foi citada pelo rei em seu discurso, no qual reconheceu que deixou "sérias cicatrizes no tecido social, mas também indicando um caminho no futuro carregado de esperança".

"Estes anos difíceis nos permitiram fazer um balanço autocrítico de nossos erros e de nossas limitações como sociedade", afirmou, antes de acrescentar: "E, como contrapeso, também reavivaram a consciência orgulhosa do que soubemos e sabemos fazer e do que fomos e somos: uma grande nação".

Entre as reações ao anúncio da abdicação, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, destacou o "importante" papel do rei Juan Carlos I na transição para a democracia da Espanha e sua "incrível contribuição" para as relações bilaterais com seu país.

O rei da Suécia, Carl Gustav, elogiou figura do monarca espanhol e seu papel na modernização da Espanha.

E os representantes das maiores empresas espanholas, como Banco Santander, BBVA e Telefônica expressaram seu agradecimento ao rei e elogiaram seu papel na estabilidade do país.

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